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Actualizado: há 10 minutos 14 segundos atrás

Jardim Botânico celebra o magusto com toda a família

Qui, 23/11/2017 - 16:50

O Dia de São Martinho já lá vai, mas, no Jardim Botânico do Porto, ainda há espaço – e castanhas – para celebrar uma das maiores tradições do outono. É já no próximo domingo, 26 de novembro, que o magusto invade os espaços do “pulmão verde” da Universidade do Porto, culminando uma tarde recheada de atividades para toda a família.

Do muito que há para usufruir numa visita em família ao Jardim Botânico, destaca-se a proposta que promete deixar os mais novos “De cabelos em pé”. Assim se intitula a atividade que, a partir das 15h00, vai desafiar crianças dos 6 aos 12 anos a criar  os “seres mais horripilantes” que conseguirem imaginar (bruxas, aranhas, ouriços, entre outras) com a ajuda de… castanhas.

Ao longo da  tarde, os mais novos serão desafiados a puxar pela criatividade com a ajuda das inevitáveis castanhas. (Foto: DR)

Já para os mais crescidos, a proposta inclui uma visita guiada e gratuita – sujeita a inscrição prévia – ao Jardim Botânico, marcada para as 15h30. E porque não completar o roteiro com uma passagem pela Casa Andresen, à descoberta da Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, o mais recente espaço cultural da U.Porto, onde a arte se cruza com a biologia e a história natural (mais informações sobre horários e preços aqui)?

No final das atividades, estão então todos convidados para o magusto que vai tomar conta do Jardim Botânico. O evento tem início às 17h00 e é aberto a todos os visitantes.

Mais informações e inscrições aqui.

U.Porto dá vida ao espólio de Manuel António Pina

Qui, 23/11/2017 - 14:25

O espólio deixado por Manuel António Pina inclui os famosos “caderninhos de capa preta” onde o poeta guardava versos, frases de livros e até a lista do supermercado. (Foto: DR)

São desenhos, rascunhos de poemas, correspondência, cadernos e originais dos livros de Manuel António Pina e preparam-se para sair dos caixotes e gavetas pelas mãos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), entidade escolhida para digitalizar o acervo documental do poeta, ficcionista, cronista e dramaturgo portuense, falecido em 2012.

Atualmente guardado em casa de familiares, o arquivo documental deixado por Manuel António Pina vai ser digitalizado  com o apoio financeiro – no valor de 6 mil euros – da Fundação Gulbenkian. Os materiais digitalizados vão ficar depois à guarda do Centro de Estudos da Cultura em Portugal (CECP), um organismo recentemente criado pela FLUP para acolher, tratar e investigar acervos documentais relevantes para a cultura e literatura portuguesas.

O espólio de Manuel António Pina percorre a obra literária do autor e o percurso enquanto jornalista. Entre os documentos que serão trabalhados pela FLUP destacam-se alguns que ajudam a conhecer a história da imprensa portuguesa desde os anos que antecederam o 25 de abril.

Prémio Camões de 2011, Manuel António Pina (1943-2012) é autor de uma vasta obra de poesia e de literatura infantil, de inúmeras peças de teatro e de livros de ficção e de crónica. Foi jornalista no Jornal de Notícias e colaborou com o Expresso, Jornal de Letras, Visão, Rádio Porto e RTP. Na sua carreira foi também professor na Escola Superior de Jornalismo.  Publicou livros de poesias como  “Um sítio onde pousar a cabeça”, “Cuidados intensivos”, “Nenhuma palavra, nenhuma lembrança” e “Como se desenha uma casa”. Na literatura infantil, destacam-se “O país das pessoas de pernas para o ar”, “O têpluquê”, “Gigões & anantes”, “História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas”, e “O tesouro”.

Dirigido por Fernanda Ribeiro, Diretora da FLUP, o Centro de Estudos da Cultura em Portugal tem  a seu cargo alguns acervos literários que já pertencem à faculdade, nomeadamente a biblioteca de Vasco Graça Moura. Foi também no âmbito do CECP que foi digitalizado, em 2016, o arquivo do poeta Herberto Helder (1930-2015), igualmente com uma bolsa da Gulbenkian.

 

FCUP usa realidade virtual para criar novos produtos químicos

Qui, 23/11/2017 - 10:00

Grupo de investigação da Faculdade de Ciências possui um dos maiores clusters de supercomputação do País. (Foto: DR)

Investigadores da Universidade do Porto estão a conceber novos produtos químicos recorrendo à realidade virtual. “Usamos programas de computador que se baseiam nas teorias que descrevem as interações entre átomos e moléculas para simular reações químicas” esclarece Alexandre Magalhães, docente do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências (FCUP).

A área da Química Computacional sofreu um enorme impulso nas últimas décadas graças ao grande desenvolvimento tecnológico na área da eletrónica que tornou os computadores mais rápidos e economicamente mais acessíveis. “A relevância crescente desta área de investigação é patente na atribuição do prémio Nobel da Química em 1998 e em 2013 a químicos computacionais e pelo interesse demonstrado por um número cada vez maior de indústrias em contratar este tipo de especialistas para os departamentos de desenvolvimento de novos produtos”, nota Alexandre Magalhães, que é também investigador no Grupo de Química Teórica e Bioquímica Computacional que integra o Requimte-Ucibio, um Laboratório Associado para a Química Verde/Sustentável.

Para o docente da FCUP,” a química computacional permite a simulação de reações químicas, mesmo em condições difíceis ou impossíveis de realizar experimentalmente. Além de proporcionar interpretações dos fenómenos à escala atómica, a química computacional fornece resultados importantes que ajudam os experimentalistas a escolher caminhos de investigação mais viáveis, levando consequentemente a uma diminuição de custos e de tempo”. Além disso, “o avanço constante do hardware e software gráficos permite, hoje em dia, munir os investigadores de extraordinárias ferramentas de visualização dos resultados, sendo possível manipular modelos virtuais de moléculas de um modo intuitivo, o que ajuda muito a interpretação e previsão de fenómenos” conclui o docente.

É à luz desse conhecimento que o Grupo de investigação da Faculdade de Ciências, que possui um dos maiores clusters de supercomputação do País com mais de 50 Tflops de capacidade de cálculo, vem concentrando os seus esforços no desenvolvimento de novos fármacos e de novos materiais com propriedades catalíticas. Um exemplo deste último vetor de investigação é a conceção de nanoestruturas de carbono, como os nanotubos de carbono (estruturas formadas somente por átomos de carbono como a grafite ou o diamante mas adotando a forma de longos tubos) que criam espaços confinados onde reações químicas podem ocorrer com características energéticas alteradas. “Estes nano-reatores químicos, que surgem em materiais porosos, apresentam efeito catalítico, isto é, aceleram a velocidade de reações químicas que ocorrem no seu interior, o que terá impacto muito positivo na eficiência e consumo energético desses processos” explica Alexandre Magalhães.

Simulações computacionais recentes efetuadas neste Grupo de investigação mostraram que um tipo específico de reação química, quando ocorre no interior de nanotubos, sofre um aumento da sua velocidade superior a cem vezes relativamente ao meio aquoso, sendo que as diferentes características estruturais dos nanotubos determinam o alcance do efeito catalítico. Estes resultados promissores estão a ter desenvolvimento num projeto atualmente em curso, onde se pretende estudar as alterações químicas/estruturais que devem ser introduzidas nos nanotubos de carbono de modo a controlar e potenciar ainda mais o seu efeito catalítico.

Fotografias de Alfredo Cunha marcam Dia do Voluntário da U.Porto

Qua, 22/11/2017 - 18:39

Detalhe de fotografia da exposição “Olhar e Ajudar”, de Alfredo Cunha (clicar na imagem para fotografia completa).

No dia 5 de dezembro, a Universidade do Porto vai novamente homenagear o trabalho realizado pelos perto de 3000 membros da sua comunidade académica que se dedicam a projetos de voluntariado.

O Dia do Voluntário da Universidade do Porto 2017 vai ser assinalado com uma sessão de conferências em torno do tema “Cidadania e Solidariedade” e a inauguração da exposição fotográfica “Olhar e Ajudar”, da autoria do conceituado fotojornalista português Alfredo Cunha.

Abertas a todo o público – mediante inscrição até 1 de dezembro pelo email voluntariado.up@reit.up.pt , as conferências irão decorrer durante toda a manhã no Salão Nobre da Reitoria, arrancando às 9h30 com a intervenção de abertura do Reitor da Universidade do Porto (ver programa completo).

A primeira conferência realizar-se-á logo de seguida, sob o título “O Lugar do Homem e do Mundo no Futuro que se Constrói”. Maria Geraldes, membro cooptada do Conselho Geral da U.Porto e antiga presidente do Instituto Português da Juventude e vice-presidente da Delegação do Porto da Cruz Vermelha Portuguesa, será a oradora.

Depois será a vez de Rui Pedroto, presidente da Comissão Executiva da Fundação Manuel António da Mota e vogal da Direção do GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, discorrer sobre “Cidadãos e Organizações Socialmente Responsáveis”.

Detalhe de fotografia da exposição “Olhar e Ajudar”, de Alfredo Cunha (clicar na imagem para fotografia completa).

Após um breve intervalo, será dada a palavra a Nuno Alçada, Professor da Faculdade de Medicina e membro da Comissão de Voluntariado da U.Porto, e ao Pe. António Almiro Mendes, Diretor do Secretariado Diocesano das Missões, que irão protagonizar o debate “Participação Cívica e Voluntariado: Um Imperativo Ético nas Respostas aos Problemas dos Nossos Dias”, que contará com a moderação de José Leite Pereira, coordenador do projeto UPSolidária e antigo diretor do Jornal de Notícias.

O final da sessão, pelas 12h30, será assinalado com a inauguração oficial da exposição fotográfica “Olhar e Ajudar”, que contará com a presença do autor Alfredo Cunha, um dos mais conceituados fotógrafos portugueses cujo percurso profissional conta com passagens pelos principais jornais do País e em agências noticiosas internacionais e como fotógrafo oficial dos Presidentes da República António Ramalho Eanes e Mário Soares.

Patente nas Arcadas da Reitoria até 31 de dezembro, a exposição é uma coletânea de fotografias que Alfredo Cunha recolheu em vários países do mundo ao longo de toda a sua carreira profissional. Como refere José Leite Pereira na folha de sala, estas fotografias “são imagens de pobreza, de doença, de destruição e de guerra, mas se olharmos melhor há beleza em quase todas elas, a beleza que um Artista consegue pôr nas coisas mais tristes”.

Detalhe de fotografia da exposição “Olhar e Ajudar”, de Alfredo Cunha (clicar na imagem para fotografia completa).

Mas o objetivo da exposição é exatamente colocar estas imagens de pobreza, doença, destruição e guerra, mas também de uma profunda humanidade, sob o olhar de todos os que passam na Baixa do Porto na esperança de sensibilizar quem as vê.

E assim, no Dia do Voluntário da U.Porto, a ambição é que estas fotografias possam sensibilizar quem as vê para participar nas atividade das várias dezenas de grupos de voluntariado que existem na Universidade do Porto, ajudando-os a ajudar o próximo.

Pode saber mais informações sobre estes grupos e o seu trabalho na página Voluntariado na U.Porto.

FMUP despede-se dos novos Mestres em Medicina

Ter, 21/11/2017 - 16:13

Henrique Almeida, Maria Amélia Ferreira e Sebastião Feyo de Azevedo

Centenas de jovens médicos realizaram a 16 de novembro a Prova Nacional de Seriação. O exame – popularmente conhecido como “Harrison” – permitirá aos novos mestres integrar a formação especializada em Medicina, encerrando assim o primeiro ciclo de estudos dos agora Alumni da Universidade do Porto.

Para assinalar este momento, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) promoveu, no passado sábado, a Cerimónia de Graduação – iniciativa que pretende instituir-se como um momento de homenagem aos estudantes da instituição no final do seu percurso académico.

“Trata-se da conclusão de um ciclo. Recebemos estes estudantes há seis anos com as várias atividades de receção aos novos alunos”. explica Maria Amélia Ferreira, diretora da FMUP. “Além dos estudantes queremos, também, homenagear e celebrar com as famílias e tutores. Este foi um caminho que se fez em conjunto e só faz sentido termine da mesma forma”, acrescenta a responsável.

Além da diretora da faculdade, a cerimónia contou com intervenções de Henrique Almeida, diretor do Mestrado Integrado em Medicina, de Francisco Sousa Vieira, Presidente da Associação de Estudantes da FMUP, e de Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto. No final da sessão solene, os estudantes receberam o “Livro da Graduação 2017”, que para além de fotos inclui mensagens emblemáticas dos finalistas sobre o seu percurso académico.

Universidade do Porto mostra-se à Colômbia

Ter, 21/11/2017 - 14:00

A U.Porto participa na Expo Posgrados en Europa integrando o stand do UniversitiesPortugal.com, projeto promovido pelo CRUP. (Foto: DR)

A Universidade do Porto está na Colômbia a participar pela primeira vez na Expo Posgrados en Europa, um evento destinado aos estudantes daquele país sul-americano que pretendam frequentar um curso de pós-graduação em universidades europeias.

Com a duração de quatro dias (18 a 22 de novembro) e passagens por três cidades (Botogá, Cali e Medellin), esta feira constitui uma oportunidade para a Universidade promover a sua oferta formativa – nomeadamente a pós-graduada, composta por 124 mestrados e 84 doutoramentos – junto de milhares de estudantes do segundo país mais populoso da América do Sul, logo a seguir ao Brasil.

Aos participantes é ainda dada a possibilidade de descobrirem in loco a universidade portuguesa com uma das maiores comunidades de estudantes sul-americanos.

Promovida pela agência BMI Media, a Expo Posgrados en Europa conta com a participação de dezenas de universidades, mas também de agências governamentais e embaixadas de toda a Europa. Só em 2016, o evento recebeu cerca de 6.500 visitantes , dos quais 61% manifestaram interesse em realizar um mestrado na Europa, ao passo que 21% mostraram a intenção de realizar um doutoramento numa instituição europeia.

A U.Porto participa nesta feira integrando o stand do projeto UniversitiesPortugal.com, promovido pelo Conselho de Reitores das Universidades do Porto (CRUP).

No primeiro semestre do ano letivo, a U.Porto recebe cinco estudantes colombianos em regime de mobilidade. (Foto: U.Porto)

Abrir horizontes na América do Sul

A participação na Expo Posgrados en Europa vai ao encontro da aposta que a U.Porto tem vindo a fazer no mercado da América do Sul que, à exceção do Brasil, está ainda pouco explorado pelas universidades portuguesas. A ambição passa por atrair para o Porto cada vez mais estudantes desta área do globo, tanto em regime de mobilidade como para obtenção de grau completo.

Só no primeiro semestre deste ano letivo, a U.Porto recebeu 561 estudantes sul-americanos. Deste grupo, composto na sua esmagadora maioria por estudantes brasileiros (525), incluem-se cinco estudantes colombianos.

Astrónomo Real da Grã-Bretanha antecipa o futuro da Ciência na U.Porto

Qua, 15/11/2017 - 15:36

Martin Rees presidiu a prestigiada Royal Society entre 2005 e 2010. (Foto. DR)

O cosmólogo e astrofísico britânico Martin Rees, que ocupa desde 1995 o posto de Astrónomo Real da Grã Bretanha, vai estar na próxima sexta-feira, dia 17 de novembro, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), para falar sobre “A ciência no século XXI: oportunidades e ameaças”.

Considerado um dos mais respeitados cientistas do mundo, Martin Rees aproveitará esta visita ao Porto e à Universidade para pôr em debate um conjunto de questões suscitadas pelas rápidas e crescentes evoluções nos campo da saúde, da agricultura, dos transportes, de energia, que assentam na ciência e tecnologia.

Que papel vai desempenhar a ciência no futuro? Quais são as principais oportunidades e perigos da ciência? Terão os cidadãos capacidade de entender a ciência? E terão os cientistas aptidão para no-las explicar? Estas e outras questões serão abordadas pelo cientista britânico, que contará com a companhia de dois nomes incontornáveis da Ciência portuguesa e da U.Porto: o físico Alexandre Quintaninha e o astrónomo Nuno Cardoso Santos.

Nesta passagem pela U.Porto, o antigo presidente da prestigiada Royal Society (a academia de ciências do Reino Unido e a mais antiga sociedade científica do mundo) apresentará também a tradução portuguesa do seu livro From here to infinity: a vision for the future of science (“Para o Infinito – Horizontes da Ciência”) Editada pela Gradiva, esta obra lança as bases para uma melhor comunicação entre investigadores e leigos, contrariando a visão habitual da ciência como um domínio obscuro e difícil, inacessível ao público em geral.

Organizada localmente pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto e pelo Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, a conferência “A ciência no século XXI: oportunidades e ameaças” insere-se no âmbito do Mês da Educação e da Ciência 2017, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).

A sessão tem início às 18h00 e é aberta ao público, mediante inscrição (gratuita).

Mais informações aqui.

Sobre Martins Rees

Natural de York, Martin Rees (1942) tem um percurso científico e académico profundamente ligado à conceituada Universidade de Cambridge, onde foi Diretor do Instituto de Astronomia, Professor Investigador de cosmologia e astrofísica e Mestre do Trinity College.Em 1995, foi promovido a Astrónomo Real Britânico pela Rainha Isabel II. Dez anos depois, assumiu a presidência da Royal Society, cargo que desempenhou até 2010. Integra desde 2005 a Câmara dos Lordes na qualidade de membro independente.

Autor de um multi premiado trabalho de investigação em temas ligados à formação de galáxias, núcleos galáticos ativos, buracos negros, explosões de raios gama e aspetos mais especulativos da cosmologia, Martin Rees faz parte de diversas academias estrangeiras, incluindo a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a Academia Russa e a Academia Pontifícia. Membro do Conselho do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, tem ainda colaborado em muitos orgãos relacionados com a educação, investigação espacial, controlo de armas e colaboração internacional na ciência.

Em 2015, anunciou, juntamente com nomes como o empresário russo Yuri Milner, ou o físico Stephen Hawking, a intenção de atribuir, ao longo da próxima década, um financiamento de 100 milhões de dólares aos melhores investigadores do programa SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), através do projeto “Breakthrough Listen“.

Matemática, música, criatividade e engenharia unidas na FEUP

Qua, 15/11/2017 - 15:00

Antigo estudante e professor da FEUP, Manuel Corrêa de Barros Júnior foi Reitor da U.Porto entre 1961 e 1969. (Imagem: DR)

O Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) acolhe no próximo dia 23 de novembro, a partir das 21h30, a sessão de encerramento das comemorações da Figura Eminente da Universidade do Porto, este ano dedicadas a Manuel Corrêa de Barros Júnior.

O evento arranca com uma palestra, proferida pelo docente da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) João Tavares, que vai abordar a relação entre a Matemática e a Música, dois temas muito queridos a Corrêa de Barros Jr. e abordados, inclusivamente, numa das suas famosas preleções.

A sessão segue depois com a divulgação e entrega do prémio ao vencedor do Concurso de Ideias ‘A U.Porto do futuro – uma visão multidisciplinar’. Dirigida a todos os estudantes da U.Porto, esta iniciativa teve o principal objetivo de integrar e sensibilizar os seus participantes para as vantagens de uma formação holística e multidisciplinar de base. Foram recebidas 15 propostas e, após uma seleção das três ideias finalistas, o júri elegeu a vencedora, a anunciar exclusivamente neste momento do programa.

Haverá ainda espaço para duas intervenções institucionais, a cargo de João Falcão e Cunha, Diretor da FEUP e por Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da U.Porto. Finalmente, e porque música não podia faltar (como, alías, nunca faltou na vida da Figura Eminente da U.Porto 2017), surge o derradeiro momento de encerramento da homenagem: um concerto da Orquestra Clássica da FEUP, um projeto assinado pelo Comissariado Cultural da Faculdade de Engenharia.

Com entrad livre e gratuita, esta sessão assinala o culminar de uma série de iniciativas decorridas ao longo do ano que homenagearam e destacaram a obra e vida de Manuel Corrêa de Barros Júnior. Apresentações institucionais, uma Mesa Rendonda, Exposição Antológica sobre sua vida e obra e ainda um debate sobre mobilidade elétrica nas cidades foram algumas delas.

O programa das comemorações contou com o comissariado de José Marques dos Santos, antigo Reitor da U.Porto, Diretor da FEUP e professor Emérito da Faculdade de Engenharia e pode ser revisitado no site do evento, em figuraeminente.up.pt/2017/.

Recordando Manuel Corrêa de Barros Júnior

Natural do Porto, onde nasceu a 7 de outubro de 1904, Manuel Corrêa de Barros Júnior licenciou-se em Engenharia Civil em 1929 na FEUP. Foi em 1933 que obteve uma nova licenciatura, desta vez em Engenharia Eletrotécnica, também na Faculdade de Engenharia, prosseguindo estudos até ao doutoramento (1944), onde abordou “Os Comprimentos Virtuais dos Caminhos de Ferro Eléctricos”. Em 1942, e também na Faculdade de Engenharia, foi contratado como Assistente, e, em 1945, como Professor Catedrático do 6º Grupo (Electrotecnia). De 1950  a 1961 foi diretor desta mesma Faculdade, ano em que tomou posse como Reitor da Universidade do Porto. Destes mandatos, destaque para a restauração da antiga Faculdade de Letras (1961) e para o arranque das atividades da Faculdade de Economia. A seu pedido, foi exonerado do cargo de Reitor em 1969, momento em que assume a presidência da Comissão Eletrotécnica Portuguesa. Em 1970 regressa à FEUP, onde assume os cargos de diretor das Oficinas de Eletrotecnia e diretor do Gabinete de Eletricidade. Jubilou-se a 23 de janeiro de 1975.

A nível profissional, foi na Central Termoeléctrica de Massarelos da Companhia Carris de Ferro do Porto, onde esteve entre 1931 e 1945, que Corrêa de Barros esteve envolvido em trabalhos muito relevantes ligados à eletrificação da cidade do Porto, nomeadamente a modernização e aumento da capacidade da central e a sua adaptação à queima dos carvões nacionais de inferior qualidade. A partir do ano de 1945 e durante cerca de vinte e cinco anos foi engenheiro numa empresa produtora de porcelanas elétricas, exercendo o cargo de diretor do Gabinete e Laboratório de Estudos da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre, que criou, tendo tido intervenção destacada no desenvolvimento de isoladores elétricos para redes de alta tensão utilizados em Portugal.

Paralelamente aos notáveis contributos na área da Engenharia, a Figura Eminente U.Porto 2017 publicou várias obras ligadas ao pensamento, filosofia e poesia: “Lições de Filosofia Tomista” (1942), “Sonetos Portugueses” (1945) (tradução de obra de Elisabeth Barret Browning), “Reflexões de um Estudioso de S. Tomás” (1982) e “Filosofia Tomista”, 2.ª Ed. Revista (1966).

Manuel Corrêa de Barros faleceu no Porto a 8 de abril de 1991, deixando um legado de grande dedicação à Universidade do Porto e à sociedade, com contributos inexcedíveis para o crescimento do nível científico e técnico e do prestígio dos cursos de Engenharia Eletrotécnica e de Engenharia Mecânica da FEUP, não esquecendo o seu pendor humanista e intelectual multifacetado, nos domínios da filosofia, da linguística e da música, características de grande relevância para uma Universidade que se preocupa com a formação integral dos seus estudantes.

Marionetas contam a história do “Nabo Gigante” na Reitoria

Qua, 15/11/2017 - 14:00

Conto de Alexis Tolstoi serviu de inspiração para a realização deste espetáculo de marionetas infantil. (Foto: DR)

Num pequeno e bonito quintal, vivia um simpático casal de velhinhos juntamente com os seus animais. A vida decorria calmamente  até ao dia em que, neste quintal, nasceu um nabo. Mas não um nabo qualquer… A história serve de introdução ao “Nabo Gigante”, título do espetáculo de marionetas infantil que, no próximo dia 2 de dezembro, vai invadir o edifício da Reitoria da Universidade do Porto.

Inspirado no conto homónimo de Alexis Tolstoi e desenvolvido numa parceria entre a Unidade de Cultura da Reitoria da U.Porto e a Companhia Partículas Elementares, este espetáculo apresenta aos miúdos (crianças com idade superior a 3 anos), mas também aos graúdos, uma história simples, que para além de retratar a tranquilidade do dia a dia de quem vive de e para a terra, relembra que mesmo o mais pequeno e fraco pode ter uma importância gigante.

A ação do espetáculo desenrola-se num quintal onde um velho casal vê surgir ” O Nabo Gigante”. (Foto: DR)

O espetáculo será apresentado em duas sessões de 45 minutos, agendadas para as 15h00 e as 16h30.

A inscrição tem um custo de 8 euros (com 10% de desconto para membros da U.Porto) e inclui a entrada de uma criança acompanhada de um adulto (obrigatório). A inscrição de um segundo adulto tem um custo de 4 euros.

O evento é aberto a toda a comunidade. Os interessado devem inscrever-se aqui.

Mais informações aqui.

 

FBAUP homenageia Júlio Resende com exposição Mar Novo

Qua, 15/11/2017 - 10:44

Exposição “Mar Novo” é inaugurada no ano em que se assinala o centenário do nascimento de Júlio Resende (Foto: Lugar do Desenho)

Mar Novo é o título da próxima exposição a visitar no Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). No ano em que se assinala o centenário do nascimento de Júlio Resende, a exposição revisita o projeto, nunca construído, vencedor do concurso internacional de 1954 para o o Monumento ao Infante D. Henrique, em Sangres. A exposição, promovida por aquela que foi a escola de Júlio Resende, abre ao público no dia 17 de novembro, sexta-feira.

Inovador na conceção e nas soluções artísticas e técnicas, o projeto “Mar Novo” contou com o contributo de Júlio Resende, mas também do escultor Barata Feyo e do arquiteto João Andresen. Nesta exposição, são apresentadas várias peças que constituíram o projecto vencedor nas suas múltiplas valências, integrando elementos originais da proposta que Júlio Resende desenvolveu para o projeto colaborativo de obra pública.

Nascido em outubro de 1917, Júlio Resende formou-se, em 1945, na Escola de Belas Artes no Porto – antecessora da FBAUP – onde mais tarde deu aulas, entre 1958 e 1987.

A exposição estará aberta ao público até 3 de março de 2018, de terça a sábado, entre as 14h30 e as 18h30.

A entrada é livre.

Cientistas e jornalistas juntos no Dia Nacional da Cultura Científica

Ter, 14/11/2017 - 17:22

“É preciso aproximar os profissionais da Ciência e da Saúde da sociedade e, para que isso aconteça, a colaboração dos profissionais da comunicação e do jornalismo é essencial”. As palavras são de Altamiro da Costa Pereira, coordenador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, e servem de apresentação ao encontro “Ciência, Saúde e Comunicação”, que, no próximo dia 24 de novembro, vai reunir no Porto jornalistas, investigadores, profissionais de saúde e comunicadores de ciência, com o objetivo de discutir a Comunicação de Saúde e de Ciência que se faz em Portugal.

Inserida no âmbito das celebrações do Dia Nacional da Cultura Científica e da Semana C&T 2017, a iniciativa vai dividir-se entre a Biblioteca Almeida Garrett, na parte da manhã, e a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva/Museu da História e da Ciência da Universidade do Porto, durante a tarde. A cerimónia de abertura está agendada para as 10h00 e contará com as presenças de Altamiro da Costa Pereira, Rosalia Vargas (presidente da Ciência Viva) e Maria João Ramos (vice-Reitora da Universidade do Porto).

No primeiro painel do encontro, jornalistas e investigadores vão debater a “Comunicação de Ciência na Sociedade”, com a moderação de José Vítor Malheiros.  Elsa Costa e Silva (Universidade do Minho) José Azevedo, do SCOL – Science Communication Open Lab/Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Joana Lobo Antunes (Universidade NOVA de Lisboa) e Vera Novais (jornalista do Observador) prometem abordar a relação entre a Ciência e a sociedade, dando exemplos de projetos bem sucedidos na área de comunicação de ciência junto da população e através dos media.

Vasco Ribeiro, investigador do CINTESIS e docente da FLUP, vai moderar o painel seguinte, intitulado “Comunicação de Saúde nos Média”, no qual terão assento Olga Estrela Magalhães (CINTESIS), Rita Araújo (Universidade do Minho), Helena Lima, do LACLIS – Laboratório de Criação para a Literacia em Saúde/FLUP e Ana Peixoto (jornalista da TVI). O objetivo é analisar a forma como os temas de saúde são atualmente apresentados nos órgãos de comunicação social e o que pode ser feito para melhorar a relação entre cientistas e jornalistas e, consequentemente, os níveis de literacia do público.

A partir das 14h30, o evento muda-se para a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva/Museu da História e da Ciência da Universidade do Porto, na Casa Andresen. Altamiro da Costa Pereira, coordenador do CINTESIS, irá moderar o debate sobre “Ciência e pseudociência na Comunicação de Saúde”. Estão confirmadas as intervenções de Carlos Fiolhais, vencedor do Grande Prémio Ciência Viva Montepio 2017, Felisbela Lopes, do CECS, David Marçal, autor dos livros “Toda a Ciência (Menos as Partes Chatas)” e “Pseudociência”, Diana Barbosa, da COMCEPT – Comunidade Cética Portuguesa, Luís Magalhães, do Instituto Superior Técnico, e Paula Rebelo, jornalista da RTP.

Ao debate seguir-se-á a cerimónia de entrega dos Prémios Ciência Viva Montepio, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. Este ano, os contemplados são o físico Carlos Fiolhais, na categoria Grande Prémio Ciência Viva Montepio, a professora Isabel Martins, na categoria Prémio Ciência Viva Montepio Educação, e as jornalistas Filomena Naves e Teresa Firmino, na categoria Prémio Ciência Viva Montepio Média.

O encontro “Ciência, Saúde e Comunicação” é organizado pelo CINTESIS e pela Agência Ciência Viva, com o apoio da Universidade do Porto e da Câmara Municipal do Porto, estando aberto a todos os interessados, mediante inscrição prévia.

Projeto para museu no Nilo vale distinção a alumnus da FAUP

Ter, 14/11/2017 - 16:41

A proposta de Diogo Carvalho teve como inspiração a “relação entre a navegação e a agricultura”. (Imagem: DR)

Daniel C. Carvalho, antigo estudante da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e colaborador do grupo de investigação Morfologias e Dinâmicas do Território do Centro de estudos de arquitectura e urbanismo (FAUP | CEAU), foi distinguido com o terceiro prémio do concurso internacional de ideias Museum of the Ancient Nile (MoAN) Egypt.

Dirigido a estudantes e recém graduados em arquitetura  de todo o mundo, o concurso tinha como objeto a criação de um museu dedicado à história do rio Nilo, sublinhando a sua importância no desenvolvimento das civilizações do Antigo Egipto e consequentemente o seu papel na história da humanidade.

Tendo como inspiração a “relação entre a navegação e a agricultura”, o projeto de Daniel Carvalho procurou “estabelecer esse relacionamento duradouro através da representação estacionária dos antigos barcos e métodos de navegação e construção no próprio edifício, capturando a dicotomia das diferentes maneiras que os egípcios usavam e continuam a usar o rio”. O resultado é “um barco e um prédio ao mesmo tempo, navegando pelos campos de erva e água”.

O concurso contou com a participação de 264 equipas de 44 países diferentes. O primeiro prémio foi atribuído à equipa constituída por Álvaro Jiménez Zúñiga, Omar Páez Albitre, Yacme Mangrané Sierra e Diego Botella e o segundo prémio à equipa de Najda Djuhara, Dennis Cahya Indra, Ahmad Zabel Fachreza e Rama Dwiwahyu. Foram atribuídas ainda cinco menções honrosas.

O Júri foi composto por Xander Vermeulen (Director de XVW architectuur), Ione Ruete (Directora Barcelona Building Construmat), Marisa Santamaría (Directora de Relações Institucionais e Projectos Especiais IED Madrid), Pilar Calderón (Arquitecta, Sócia-fundadora de Calderon-Folch Studio), Silvia Perea (Comissária de arte e arquitectura) e Andrés González-Meneses (vencedor do concurso CaVA Arizona).

Mais informações aqui.

ISPUP sugere exercio físico “low cost” para combater a diabetes

Ter, 14/11/2017 - 11:19

O grupo que esteve envolvido no programa comunitário de exercício físico apresentou melhorias importantes no controlo da diabetes. (Foto: Diabetes em Movimento).

Um estudo assinado pela Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) mostra que é possível cumprir com a dose mínima de exercício físico semanal, recomendada pelas principais organizações científicas internacionais para o controlo da diabetes, utilizando estratégias de baixo custo e elevada aplicabilidade. Com base nestes resultados, o estudo sublinha que os decisores na área da saúde deveriam promover intervenções comunitárias de exercício físico, especialmente nos Cuidados de Saúde Primários e nas Estruturas Residenciais para Idosos, para aumentar a atividade física e controlar a diabetes.

O exercício físico é um dos pilares do tratamento e controlo da diabetes tipo 2 e está associado a uma diminuição da incidência de doenças cardiovasculares nesta população. As intervenções de base comunitária – implementadas em grupos de pessoas da mesma comunidade e pelas instituições locais – são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover alterações no estilo de vida, especialmente em indivíduos com doenças crónicas, e têm maior adesão do que as intervenções individuais.

Neste contexto, “procurámos, com este estudo, testar em condições reais um modelo de programa comunitário de exercício físico, passível de implementar com estratégias de baixo custo e elevada aplicabilidade, e sem comprometer a segurança dos participantes”, refere Romeu Mendes, primeiro autor da investigação. “Sabíamos que a maior parte das Instituições locais, como os Centros de Saúde, Hospitais, e Lares de Idosos não dispõem de equipamentos complexos e dispendiosos para a prática de exercício físico. Por outro lado, queríamos também avaliar a eficácia desta intervenção no controlo da diabetes tipo 2 e do risco cardiovascular associado”, acrescenta.

Os investigadores recrutaram uma amostra de 60 indivíduos de meia-idade e idosos (entre os 55 e os 75 anos) com diabetes tipo 2 diagnosticada para participar no “Diabetes em Movimento”, um programa comunitário de exercício físico desenhado de acordo com as recomendações internacionais de atividade física para o controlo da diabetes tipo 2. Este programa combina, na mesma sessão, exercício aeróbio, resistido, de agilidade/equilíbrio, e de flexibilidade. Todas as atividades são realizadas com materiais de baixo custo, como cadeiras de plástico, garrafas de água cheias com areia, pequenos halteres, bolas de mão e o peso do próprio corpo. O programa foi realizado durante 9 meses, com três sessões semanais de 75 minutos, supervisionadas por um técnico de exercício físico e um enfermeiro.

Os participantes continuaram com os seus cuidados habituais, como a medicação, consultas e tratamentos médicos, alimentação e atividade física.

Os resultados foram comparados com um grupo de controlo (110 indivíduos), com as mesmas características e cuidados habituais, mas que apenas não participou no programa de exercício.

No final do estudo, verificou-se que o grupo que esteve envolvido no programa comunitário de exercício físico apresentou melhorias importantes no controlo da diabetes (hemoglobina glicada e glicose em jejum), no perfil lipídico (aumentou o bom colesterol e diminuiu o mau colesterol), na pressão arterial (reduziu a pressão arterial sistólica e diastólica), no perfil antropométrico (perímetro da cintura e índice de massa corporal) e no risco de ter um problema nas artérias coronárias a 10 anos, em comparação com o grupo de controlo.

Os resultados desta investigação “demonstram que intervenções de exercício físico de baixo custo, como atividades baseadas na marcha ou exercícios realizados com o peso do próprio corpo ou com pequenos pesos livres, são eficazes em induzir benefícios significativos na diabetes e nos principais fatores de risco cardiovascular”.

O estudo vem sublinhar “a importância de os decisores na área da saúde promoverem e financiarem estas intervenções a nível local, especialmente nos Centros de Saúdes e nas Instituições de apoio aos Idosos”.

O “Diabetes em Movimento” está atualmente a ser implementado em Vila Real, Maia, Rio Maior, Évora, Torres Vedras, Seixal e Viseu.

De realçar que a diabetes é um dos maiores desafios do Sistema Nacional de Saúde. Em Portugal, mais de 13% da população (cerca de 1 milhão de portugueses) é afetada por esta doença crónica e os custos associados ao seu tratamento atingem 1% do PIB e 12% de toda a despesa em saúde.

Spin-off do CINTESIS lança app para estudo da Medicina

Ter, 14/11/2017 - 09:21

A Adhara, spin-off do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, acaba de lançar o HarriFlash, uma aplicação móvel que promete ajudar os estudantes de Medicina a prepararem-se para a tão temida Prova Nacional de Seriação (PNS) – a deste ano realiza-se já no próximo dia 16 de novembro -, que define a ordem de seleção da especialidade dos médicos recém-formados.

Lançada gratuitamente para a iOS e no Android, numa altura crucial para a vida de cerca de 3000 estudantes de Medicina de todo o país, o HarriFlash já registou mais de 2500 downloads, tendo alcançado o topo das tabelas de aplicações para educação nas lojas online.

A ideia da app partiu de Bruno Guimarães e de José Miguel Diniz, investigadores do grupo In4Health, do CINTESIS, no seguimento do trabalho desenvolvido na área de Educação Médica, que inclui um Programa Doutoral, alicerçado num contacto próximo com os alunos, incluindo vários artigos científicos em publicações como a Anatomical Sciences Education e a Acta Médica Portuguesa.

“Os estudantes de Medicina passam 14 a 15 meses a estudar para a Prova Nacional de Seriação. O problema é que é um estudo desamparado, sem conteúdos oficiais de apoio e com pouco feedback sobre a evolução do seu desempenho”, explica Bruno Guimarães.

Para reverter o paradigma, a nova aplicação, chamada HarriFlash, inclui cinco módulos, dedicados às áreas de Gastrenterologia, Cardiologia, Pneumologia, Nefrologia e Hematologia, que são objeto de avaliação na PNS.

“As diferentes temáticas estão divididas em flashcards (pequenos ‘cartões’ com ideias-chave ou frases importantes) e em perguntas de exames anteriores, para permitir simultaneamente a aprendizagem de novos conceitos e a aferição da sua compreensão”, explica o investigador José Miguel Diniz.

Para tornar o estudo mais eficiente, foi criado um algoritmo que adapta o conteúdo ao conhecimento demonstrado por cada utilizador, permitindo que se foque no que ainda não sabe e, simultaneamente, possa encurtar o tempo de revisão da matéria. Desta forma, a app permite testar e consolidar o estudo de forma interativa, simples e eficaz, com um feedback imediato.

Para o desenvolvimento do Harriflash, a Adhara contou ainda com o apoio das empresas Cosmicode e Conversas do Harrison, para o desenvolvimento da app e preparação do conteúdo, respetivamente.

A spin-off do CINTESIS está agora a recolher as opiniões e as sugestões dos estudantes e desenvolver novos conteúdos e novas funcionalidades, prometendo atualizações e melhorias constantes. O objetivo, no futuro, é preencher uma lacuna na área da educação médica, disponibilizando produtos que possam ajudar os estudantes e profissionais de Saúde e de outras áreas no processo de ensino e de aprendizagem.

Fórum do Porto discute relações entre Património, Cidade e Arquitectura

Seg, 13/11/2017 - 12:41

O Fórum do Porto propõe um debate em torno da salvaguarda sustentável de cidades com significativo valor patrimonial, como é o caso do Centro Histórico do Porto, área classificada pela UNESCO há mais de duas décadas. (Foto: DR).

O grupo de investigação Arquitectura, da Cidade e do Território (PACT) do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP) organiza nos dias 20 e 21 de novembro, no Museu Nacional Soares dos Reis, o Fórum do Porto dedicado aos temas do Património, Cidade e Arquitectura.

Passados mais de vinte anos desde a integração do Centro Histórico do Porto na lista de Património Mundial, em 1996, a cidade do Porto apresenta-se como um particularmente interessante ponto de partida para uma discussão alargada a outros casos nacionais e internacionais.

Neste contexto, no “Fórum do Porto – Património, Cidade, Arquitetura” vão ser apresentadas e debatidas aplicações da Recomendação sobre as “Paisagens Históricas Urbanas a cidades Património Mundial” (UNESCO, 2011), reflexões sobre a gestão do património classificado em Portugal e sobre instrumentos municipais de salvaguarda patrimonial, assim como exemplos de intervenções em património edificado na cidade do Porto.

As diferentes mesas redondas do encontro propõem uma discussão que se pretende ampliada a investigadores, técnicos municipais, gestores, profissionais, estudantes e a todos os interessados no debate construtivo sobre a salvaguarda sustentável de cidades com significativo valor patrimonial, como é o caso do Porto.

Entre as presenças confirmadas encontra-se Alexandre Alves Costa (CEAU-FAUP), Ana Roders (UT Eindhoven), Aníbal Costa (UA), Anton Capitel (ETSAM), Bruno Mengoli (ENSAPLV), Carolina Di Biase (Polimi), Clara Pimenta do Vale (CEAU-FAUP), Francisco Barata Fernandes (CEAU-FAUP), João Carlos dos Santos (DGPC), João Pedro Xavier (CEAU-FAUP), José Aguiar (FAUL-ICOMOS), Julia Rey (U. Sevilha), Lino Tavares Dias (CITCEM-CEAU), Maria Helena Barreiros (CML), Marion Harney (U. Bath), Nuno Valentim (CEAU-FAUP), Pedro Alarcão (CEAU-FAUP), Raimundo Mendes da Silva (UC), Ricardo Rodrigues (CMG), Rosário Machado (Rota do Românico), Rui Fernandes Póvoas (CEAU-FAUP), Sérgio Fernandez (CEAU-FAUP), Teresa Andresen e Teresa Cunha Ferreira (CEAU-FAUP).

O “Fórum do Porto – Património, Cidade, Arquitetura” conta com o apoio da APPRUPFundação Marques da SilvaGECoRPA – Grémio do PatrimónioIcomos PortugalInstituto da Construção. Mais informações em www.fa.up.pt ou através do email tferreira@arq.up.pt.

 

 

Ordem dos Engenheiros premeia alumnus da FEUP

Seg, 13/11/2017 - 12:00

Filipe Rosas Coutinho com o doccente Jorge Lino (foto: D.R.)

Filipe Rosas Coutinho é antigo estudante de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e foi distinguido, no passado dia 8 de novembro, com o Prémio ‘Ordem dos Engenheiros’, que visa distinguir as melhores teses sobre Ciência e Engenharia de Materiais de estudantes finalistas do 2.º ciclo de cursos das áreas de Ciências e Engenharia.

Intitulada “Study and Development of a Metal Additive Manufacturing System”, a tese de mestrado (2015/16) do antigo estudante da FEUP, considerada a melhor tese do concurso da Sociedade Portuguesa de Materiais (SPM) 2017 – Prémio Ordem dos Engenheiros – , foi realizada em ambiente industrial na empresa Adira, e contou com a orientação do docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMec) Jorge Lino e do alumnus FEUP e atual Chief Technology Officer da empresa onde foi desenvolvida a tese, Tiago Faro.

A tese de Filipe Coutinho havia já sido reconhecida a nível académico, uma vez que recebeu a classificação de 19 valores na altura da sua defesa final perante o júri. Decorrente do seu excelente trabalho, o graduado da Faculdade de Engenharia conquistou um estágio profissional também na Adira, onde colaborou no desenvolvimento de uma inovadora impressora 3D de metais cuja tecnologia utilizada está, inclusivamente, em processo de ser patenteada pela empresa.

Promovido pela Ordem dos Engenheiros, o prémio consistiu, além do prestígio a nível nacional, num reconhecimento pecuniário de 500 euros. Durante a cerimónia foi ainda distinguida  – com o Prémio SPM – a melhor tese de mestrado na área de Materiais, da autoria deBeatriz Jorge Coelho, da Universidade Nova de Lisboa.

A cerimónia de entrega dos prémios decorreu na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, no âmbito da celebração do Dia Mundial do Materiais, iniciativa organizada pela SPM. Para mais informações sobre a iniciativa, aceder aqui.

Prémio Universidade de Lisboa 2017 para Maria de Sousa

Seg, 13/11/2017 - 11:43

A Professora Emérita da U.Porto, Maria de Sousa, vai receber o Prémio Universidade de Lisboa 2017.

A cientista Maria de Sousa, Professora Catedrática Jubilada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e Professora Emérita da U.Porto, vai ser agraciada hoje, 13 de novembro, com o Prémio Universidade de Lisboa 2017.

Anunciado em maio passado, a entrega do prémio atribuído anualmente com o objetivo de distinguir o mérito de uma individualidade que tenha contribuído de forma notável para o progresso da Ciência e/ou da Cultura e projeção internacional de Portugal irá realizar-se numa cerimónia a decorrer a partir das 17 horas, no Salão Nobre da Universidade de Lisboa.

Selecionada por um júri presidido pelo Reitor da U.Lisboa, António Cruz Serra, e que contou com nomes como Paulo Macedo, Carlos Salema, Teresa Patrício Gouveia e Guilherme de Oliveira Martins, entre outros, a Professora Emérita da Universidade do Porto distinguiu-se dos restantes candidatos pelo seu currículo científico e académico, mas também pela sua faceta “humanista que cultiva o gosto pelas artes, pela história e pela poesia”.

Como é referido pelo próprio júri, Maria de Sousa foi “uma das primeiras mulheres portuguesas a serem reconhecidas internacionalmente pelas suas descobertas científicas”. A cientista distinguiu-se internacionalmente nos anos 60 enquanto autora de vários artigos científicos fundamentais para a definição da estrutura funcional dos órgãos que constituem o sistema imunológico, entre os quais o que consagrou a descoberta da área timo-dependente (1966), hoje conhecida universalmente por área T.

A cientista foi ainda recentemente distinguida pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de San’tiago de Espada.

Foi precisamente o seu trabalho em doentes com hemocromatose hereditária que trouxe Maria de Sousa para o ICBAS em 1985, para fundar o Mestrado em Imunologia, depois de se ter licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa, realizado o doutoramento em Imunologia na Universidade de Glasgow (Escócia) e dirigido o Laboratório de Ecologia Celular do prestigiado Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque (EUA).

Enquanto docente e investigadora da U.Porto, foi responsável pela constituição de uma equipa de investigação nova no campo da hemocromatose, repartida pelo ICBAS, pelo Hospital Geral de Santo António e pelo então novo Instituto de Biologia Celular e Molecular (IBMC). Ao nível do ensino pós-graduado, encabeçou em 1996 a criação do Programa Graduado em Biologia Básica e Aplicada (GABBA), um programa pioneiro em Portugal, resultado da colaboração entre o ICBAS, as faculdades de Ciências (FCUP) e de Medicina (FMUP), o IBMC, o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (IPATIMUP) da U.Porto (estes três últimos, integrados atualmente no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto).

Condecorada pelo Presidente da República em novembro de 2016 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de San’tiago de Espada, um dos mais altos graus desta insígnia destinada a distinguir o mérito literário, científico e artístico, Maria de Sousa já recebeu inúmeras distinções nacionais e internacionais. Entre mais importantes incluem-se o prémio “Estímulo à Excelência”, atribuído pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (2004) e o Prémio Universidade de Coimbra (2011). Em outubro de 2009, assinalou a sua jubilação com uma Última Aula no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, o mesmo local onde, um ano mais tarde, lhe seria confiado o título de Professora Emérita da Universidade do Porto.

Estudantes internacionais da U.Porto dão “aulas” nas escolas da cidade

Seg, 13/11/2017 - 10:52

Os estudantes vão percorrer 12 escolas do ensino básico e secundário do Porto para dar a conhecer a cultura e a língua do seu país. (Foto: TVU.)

A partir desta segunda-feira, dia 13 de novembro, os alunos do ensino básico (3.º ciclo) e secundário da cidade do Porto vão passar a contar com uma nova “disciplina” muito especial. Na pele de professores estarão os mais de 60 estudantes internacionais da U.Porto envolvidos em mais uma edição do projeto “Aulas Sem Fronteiras”, uma iniciativa promovida pela Universidade e pela Câmara Municipal do Porto que, até final do mês, vai passar por 12 escolas para dar a conhecer a cultura e a língua de 25 países de todo o mundo.

Da vizinha Espanha ao longínquo Uzbequistão, com escalas em Itália, Turquia, África do Sul, Colômbia, Brasil, Peru, Índia, Irão ou Indonésia, o roteiro preparado pela U.Porto prevê um total de 48 aulas ligadas às disciplinas de Português, Inglês, Francês e Espanhol. O grande objetivo passa por promover a partilha de experiências entre os estudantes internacionais a realizar um período de mobilidade na Universidade do Porto, e os jovens alunos portuenses.

Nesta primeira edição do ano (está prevista uma outra para o segundo semestre), as Aulas Sem Fronteiras prolongam-se até 29 de novembro. Até lá, os “professores” internacionais da U.Porto vão passar pelas escolas Eugénio de Andrade (13, 16, 17, 22 e 24 de novembro), Carolina Michaelis (13, 14, 15, 16, 17, 20, 22 e 23 de novembro), Cerco (13 e 16 de novembro), Pêro Vaz de Caminha (13 de novembro), Alexandre Herculano (13 e 20 de novembro), Rodrigues de Freitas (14 e 29 de novembro), Gomes Teixeira (14, 16 e 23 de novembro), António Nobre (14 e 21 de novembro), Clara de Resende (14, 16 e 17 de novembro), Viso (14 e 21 de novembro), Fontes Pereira de Melo (15, 17, 20 24, 28 e 29 de novembro) e Maria Lamas (28 de novembro).

Recorde-se que, só no primeiro semestre deste ano letivo (não estão contabilizados os estudantes que vão chegar no segundo semestre), perto de 1200 (1195) estudantes oriundos de 71 países distintos – estão a cumprir um período de estudos nas 14 faculdades da U.Porto ao abrigo de programas de mobilidade internacional. Brasil, Espanha, Itália , Polónia e Alemanha são as nacionalidades mais representadas num grupo dominado pelos estudantes europeus, mas que conta também com estudantes provenientes de Trindade e Tobago, da República do Congo, do Nepal ou do Cambodja.

Vídeo da edição 2015:

U.Porto colabora no maior projeto português na área dos media

Seg, 13/11/2017 - 10:42

Entre os produtos que deverão resultar do projeto incluem-se um sistema de realização de TV na cloud e uma plataforma para a disponibilização digital do plano nacional de Cinema às escolas. (Foto: DR)

Até 2020, 24 instituições portuguesas, entre as quais o INESC TEC e as faculdades de Belas Artes (FBAUP), Letras (FLUP) e Engenharia (FEUP) da Universidade do Porto,  vão contar com 9,5 milhões de euros para arrancar com aquele que promete ser o maior projeto português de I&D na área dos media.

CHIC (Cooperative Holistic View on Internet and Content). Assim se chama o projeto que arrancou em outubro e cuja reunião inaugural – envolvendo representantes de todos os parceiros – tem lugar esta terça-feira, 14 de novembro, no INESC TEC, no Porto. O grande objetivo passa por desenvolver uma fileira empresarial nacional do setor, reforçando a presença das entidades nacionais nos mercados internacionais através da disponibilização de novos produtos e sistemas que endereçam o setor dos conteúdos digitais.

“Temos trabalhado há já algum tempo para construir este consórcio em Portugal. Até 2020 queremos desenvolver um ecossistema baseado em formatos abertos e tecnologias interoperáveis que promovam a dinamização da criação de conteúdos nacionais e a sua troca entre os diferentes atores da cadeia de valor”, explica Alexandre Ulisses, coordenador do CHIC e gestor de inovação da MOG.

O CHIC prevê exportar até 2020 os novos produtos que vai desenvolver, tais como, a título de exemplo, sistemas para a transmissão em tempo real de vídeo 4k usando IP na cloud, ou um sistema de realização de TV na cloud ou, ainda, uma plataforma para a disponibilização digital do plano nacional de Cinema às escolas. Os produtos serão comercializados em 77 mercados internacionais, dos quais se destacam o brasileiro, alemão, espanhol, norte-americano, russo e asiático.

“Prevemos ainda que haja um aumento na rede de parceiros atuais das empresas do consórcio em 15%. O projeto pretende também aumentar a capacidade exportadora das empresas nacionais conseguindo que, das vendas do projeto, cerca de 69% correspondam a vendas ao exterior e aumentar o investimento em I&D por parte das empresas participantes no projeto em 20%, atingindo assim os 22 milhões de euros”, refere Artur Pimenta Alves, coordenador científico do projeto e consultor da administração do INESC TEC.

Sob a coordenação da MOG, o projeto conta com vários tipos de parceiros: empresas tomadoras de tecnologia – MOG, Cluster Media.labs, GEMA, vMuse, SisTrade e Youon -, entidades do SCTN – INESC TEC, Universidade de Aveiro, Universidade Católica, Universidade do Porto, Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro, cinemateca portuguesa, Instituto Superior de Engenharia do Porto, Universidade Aberta e Centro de Computação Gráfica -, utilizadores finais – Jornal de Notícias, OSTV, Porto Canal, Tadinense Artes Gráfica, Altice Labs e GMK produções e dois clusters – TICE e ADDICT.

FCUP “recicla” resíduos do vinho para criar alimentos mais saudáveis

Dom, 12/11/2017 - 19:00

E se os resíduos gerados por um dos mais produtivos setores industriais do país pudessem servir para fazer iogurtes, sumos ou gelados mais saudáveis? É nessa possibilidade que vem trabalhando a equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) envolvida no Vine&Wine Residues, um projeto que visa conceber alimentos funcionais (produtos alimentares com valor acrescentado e mais benéficos para a saúde) a partir da recuperação de compostos – polifenólicos –  existentes nos resíduos da industria da vinha e do vinho.

Este projeto inovador partiu da constatação de que vários resíduos gerados a partir da produção da vinha e do vinho – nomeadamente a lenha da poda, o engaço e o bagaço de uva – ainda apresentam muitos dos compostos polifenólicos (que derivam do metabolismo secundário das plantas e estão envolvidos no crescimento e na regulação da maturação dos frutos) encontrados no material vegetal original. O objetivo passa então por recuperar estes resíduos e aproveitá-los para criar – através da incorporação de um ou mais ingredientes – novos alimentos funcionais benéficos para a saúde humana.

“Do ponto de vista científico, espera-se contribuir para o “know-how” na área da estabilização de compostos polifenólicos usando diferentes materiais de encapsulação (lenhina, proteínas, polissacáridos, surfactantes e fosfolípidos) para serem usados em matrizes alimentares”, explica Joana Oliveira, investigadora do Departamento de Química e Bioquímica da FCUP (DQB-FCUP) e responsável pelo projeto.

Já em termos tecnológicos, pretende-se que o projeto “leve à conceção de novos produtos com propriedades benéficas para a saúde baseados em polifenóis obtidos a partir de diferentes agro-resíduos e a criação de um plano alternativo para a sua gestão em termos ambientais e económicos”, acrescenta a investigadora, que também faz parte do laboratório associado REQUIMTE LAQV.

Desde o arranque do projeto, os investigadores já conseguiram extrair e caracterizar os compostos fenólicos da lenha da poda, do engaço e do bagaço de uvas. Pelo meio, foi possível transformar quimicamente as antocianinas extraídas do bagaço de uva em pigmentos azuis (designados portisinas e dímeros de piranoantocianina), que podem ser utilizados pela indústria alimentar como corantes, em alternativa às moléculas sintéticas.

Levar as descobertas feitas em laboratório até à indústria produtiva é o grande desafio que se coloca agora à equipa de investigação. Para tal, Joana Oliveira acredita a que o projeto “pode levar ao “up-scale” industrial do processo de síntese de pigmentos naturais derivados das antocianinas que apresentam uma cor azul e que se pretende que sejam usados na industria alimentar como corantes em alternativa às moléculas sintéticas”.

Para além dos oito investigadores do REQUIMTE LAQV do DQB-FCUP, o projeto envolve ainda dois investigadores do REQUIMTE LAQV da Universidade Nova de Lisboa e um da Unidade de Investigação de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA) da Universidade de Aveiro.

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