Viagens na minha terra

Com as férias de verão à porta, o Clube de Leitura | Vamos a Livros da Biblioteca da FEUP apresenta uma seleção de autores e livros que poderá requisitar antes de partir. A seleção “Viagens na minha terra” é constituída por obras literárias que valorizam as paisagens de Portugal nelas representadas. Prepare as suas leituras de verão, consultando as nossas sugestões e os livros selecionados no piso 0 da Biblioteca.

Boas férias e ótimas leituras!

A voz dos deuses de João Aguiar

A voz dos deuses de João Aguiar

A Voz dos Deuses (Memórias de um companheiro de Viriato), publicado em 1984, é um romance do escritor português João Aguiar. Conta a história de Viriato de uma forma inovadora em relação às precedentes obras escritas sobre o chefe lusitano.
ler mais...De facto, João Aguiar apoiou-se com fidelidade em dados etnográficos, históricos e arqueológicos para escrever o seu romance. O autor colocou-se na pele de Tongio, velho sacerdote do deus Endovélico, que narra a história da sua vida e o seu encontro com Viriato. Pela parte da mãe, Tongio pertence à tribo dos cónios (ou cúneos), um povo do sudoeste da Península Ibérica, anterior aos romanos, que é igualmente protagonizado no livro de Victor Borges Cursum Perficio – Viagem a Akhshânba.[1] O que hoje é o Sul de Portugal fazia parte da Tartéssia, uma civilização que teve pontos altos em cidades como Gadir, a atual Cádis (em espanhol, Cádiz)....ler menos

Uma deusa na bruma de João Aguiara

Uma deusa na bruma de João Aguiar

Este livro retrata o regresso de João Aguiar ao romance histórico. Em meados do século II a.C., as gentes de Entre-Douro e Minho viviam, com razoável inconsciência, os derradeiros anos da sua civilização.
ler mais...No Leste e no Sul da Península Ibérica, a República Romana já se implantara e as suas legiões procuravam alargar esse domínio, mas no Noroeste a ameaça parecia longínqua, tanto mais que os Numantinos e os Lusitanos mostravam ser um formidável obstáculo ao avanço romano, sobretudo a partir do momento em que um certo guerreiro, chamado Viriato, assumira a chefia da resistência lusitana. Mas, de súbito, estes obstáculos caem: Numância submete-se, ainda que temporariamente, e Viriato é morto à traição. E o procônsul Décimo Júnio Bruto marcha para Norte, passa o Tejo, entra na Lusitânia e aproxima-se das margens do Douro. É este o cenário histórico de Uma Deusa na Bruma, cuja ação é contemporânea da de um outro romance do autor, A Voz dos Deuses, mas centrada, agora, na Cividade de Terroso (Póvoa de Varzim), procurando evocar o que seria a civilização castreja na fase imediatamente anterior à romanização....ler menos

O País das uvas de Fialho de Almeida

O País das uvas de Fialho de Almeida

Volume de contos de Fialho de Almeida. Textos como "Pelos campos" e "Ao sol" oferecem descrições de paisagens idílicas, enquanto "A Princesinha das rosas" e o "Conto do Almocreve e do Diabo" manifestam incursões pelo fantástico.
ler mais...Mais curioso é porventura o último conto, "Três cadáveres", que apresenta a evolução psicológica do médico João da Graça, desde a visão ultrarromântica e mórbida do cadáver da sua amada até à frieza e ao desprendimento científico no seu trabalho de patologista....ler menos

Fanny Owen  de Agustina Bessa-Luís

Fanny Owen de Agustina Bessa-Luís

Este romance baseia-se em factos verídicos ocorridos no século XIX, no meio da juventude boémia, mas intelectual, do Porto, da qual fazia parte o escritor Camilo Castelo Branco.
ler mais...Retrata a vida de um jovem, filho dum oficial inglês que se deixa envolver pelo amor; um amor intenso que lhe viria a provocar o fatalismo e a desgraça. O romance foi adaptado ao cinema por Manoel de Oliveira ("Francisca")....ler menos

A Brasileira de Prazins de Camilo Castelo Branco

A Brasileira de Prazins de Camilo Castelo Branco

Considerada uma das melhores obras de Camilo e tida como a sua última grande obra.
ler mais... É uma obra já profundamente influenciada pelo movimento do realismo que se instalara em Portugal no último período da vida do autor mas que, ao contrário de outras obras por ele realizadas, em que “experimenta” o realismo, esta surge como menos satírica e mais séria, servindo para dar um retrato verdadeiro das condições sociais, políticas e económicas do Minho no período do pós-Lutas liberais no século XVIII. É pois uma novela integrada na sua série denominada “Novelas do Minho“, sendo a única de estilo realista-naturalista....ler menos

Amor de perdição de Camilo Castelo Branco

Amor de perdição de Camilo Castelo Branco

Nesta obra, misto de poema, de novela e de tragédia, Camilo atinge a maturidade artística.
ler mais... É uma obra equilibrada, com enredo conciso, sem episódios dispersivos, sem um número excessivo de personagens, quase sem considerações do autor, com uma linguagem adequada, substancialmente romântica, na correspondência trocada entre Simão e Teresa, mas saborosamente popular em João da Cruz, franca, viva, cheia de conceitos populares, e, por outro lado, intencionalmente irónica, caricatural, entre as freiras do convento, a anunciar já o escritor de transição para o realismo....ler menos

AS ILHAS DESCONHECIDAS de Raul Brandão

AS ILHAS DESCONHECIDAS de Raul Brandão

Um dos mais belos livros de viagem da literatura portuguesa. A mais completa homenagem aos arquipélagos atlânticos.
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Em 1924, Raul Brandão fez uma viagem aos arquipélagos dos Açores e da Madeira, juntamente com um grupo de intelectuais - entre eles Vitorino Nemésio -, promovida pelos autonomistas. Dessa visita, das suas impressões e anotações, surgiu o livro “As Ilhas Desconhecidas - Notas e paisagens”, em que ele não só descreve com particular fulgor a beleza natural das ilhas como observa a condição do seu habitante. Obra fundamental na formação da imagem (interna e externa) destes territórios, As Ilhas Desconhecidas tornou-se um dos mais importantes e belos livros de viagem da literatura portuguesa. ...ler menos

Em Portugal não se come mal de Miguel Esteves Cardoso

Em Portugal não se come mal de Miguel Esteves Cardoso

A vida come-se quando é boa; come-nos quando é má. E às vezes, quando menos esperamos, também comemos com ela. Em Portugal, antes de todas as coisas, está o tempo.
ler mais... Este tempo. Este que ninguém nos pode tirar e a que os povos com tempos piores chamam, à falta de melhor, clima. Depois, há coisas que crescem por causa do tempo. Como o tempo é bom, são boas. E como as coisas são boas, os portugueses querem comê-las. E comem-nas bem comidas, o mais perto que possam ficar da nascença. Ou da cozinha. O resto bem pode ser do pior que pode haver no mundo. Não é. Mas pode ser, à vontade do freguês, conforme se quiser. Que se lixe esse resto. Quando se come bem - quando se come a vida à nossa volta, como Portugal inteiro à nossa volta, a comer connosco - esse resto também não parece grande por aí além. Que fique por saber como realmente se vive em Portugal. Mas que fique claro que comer, não se come mal. Que sirva este meu livro de gordo desmentido. E o resto é como o resto. Ah, Portugal, nosso restaurante! Mas, quando se come bem e se está com a barriga cheia, o resto que está mal é como o resto de um bom almoço. Alguma coisa há-de fazer-se com ele. Porventura delíciosa, se faz favor, () ...ler menos

Ernestina de José Rentes de Carvalho

Ernestina de José Rentes de Carvalho

Ernestina é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de famílias ficcionadas.
ler mais...É um fresco de Trás-os-Montes, dos anos 1930 aos anos 1950, uma obra que transcende o relato regionalista e que transpôs fronteiras, transformando-se num fenómeno editorial na Holanda. Ernestina é também o nome da mãe do autor e da intrépida protagonista deste livro. ...ler menos

Apuros de um pessimista em fuga de Mário de Carvalho

Apuros de um pessimista em fuga de Mário de Carvalho

Nos últimos tempos do Marcelismo um jovem passa uma noite em branco, procurando desesperadamente escapar à polícia política.
In: Caminho (18/06/2018)

Casos do beco das Sardinheiras de Mário de Carvalho

Casos do beco das Sardinheiras de Mário de Carvalho

O Beco das Sardinheiras é um beco como outro qualquer, encafuado na parte velha de Lisboa.
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Uns dizem que é de Alfama, outros que é já da Mouraria e sustentam as suas opiniões com sólidos argumentos topográficos, abonados pela doutrina de olisiponenses egrégios. Eu, por mim, não me pronuncio. Tenho ideia de que ali é mais Alfama, mas não ficaria muito escarmentado se me provassem que afinal é Mouraria. Creio que o nome lhe vem das sardinheiras que exibem um carmesim vistoso durante todo o ano, plantadas num canteiro que rompe logo à esquina, não longe da drogaria que já fica na Rua dos Eléctricos. A gente que habita o Beco é como as demais, nem boa nem má. Tem sobre os outros lisboetas um apego ainda maior ao seu sítio e às suas coisas. Desde há muito tempo que não há memória de que algum dos do Beco tenha emigrado de livre vontade.
IN: WOOK (18/06/2018) ...ler menos

Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto de Mário de Carvalho

Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto de Mário de Carvalho

Mário de Carvalho convoca-nos a todos. A nós e aos nossos conhecidos. Faz humor com ilusões e desilusões, amores e desamores, graças e desgraças.
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O Partido Comunista não escapa à ironia. Brilha a deslumbrante Lisboa, mas também outros locais e endereços. Eduarda Galvão é o protótipo da jovem jornalista. Jorge de Matos o professor cansado. Joel Strosse o pairar da esperança enquanto há vida. Entram outros burgueses, mais tímidos, mais atrevidos, mais abertos, mais recolhidos. O leitor reconhece-os facilmente, olhando em volta. Políticas também há algumas, bandeiras rubras, livros nas bibliotecas, uma revolução que entardeceu. Comparece o rio magnífico que Lisboa tem. E, já agora, que tal trocarmos umas ideias sobre o assunto?
In: Porto Editora (18/06/2018) ...ler menos

A LÃ E A NEVE de Ferreira de Castro

A LÃ E A NEVE de Ferreira de Castro

“Os homens passavam os dias e as noites dentro das fábricas só saindo aos Domingos, para esquecer o cárcere.
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Já não viam as ovelhas, nem ouviam o melancólico tanger dos seus chocalhos nos pendores da serra, ao crepúsculo; viam apenas a sua lã, lã que eles desensugavam, que eles lavavam, cardavam, penteavam, fiavam e teciam, lã porto da a parte.” Um jovem pastor sonha tornar-se operário fabril para melhorar as suas condições sociais. É neste ambiente de pobreza e vida hostil que se desenvolve a ação de “A Lã e a Neve”. Como em toda a obra de Ferreira de Castro, sobressai neste romance o sentido social e as preocupações pelas miseráveis condições devida dos mais humildes. Um dos melhores romances de Ferreira de Castro. ...ler menos

Houve um tempo, longe: Vila Real de Trás-os-Montes na obra de Luísa Dacosta

Houve um tempo, longe: Vila Real de Trás-os-Montes na obra de Luísa Dacosta

No texto inédito que integra a antologia Houve um Tempo, Longe, Luísa Dacosta evoca a cidade de Vila Real de outros tempos e a "montanha azul, dum azul amassado com violetas" que a cercava.
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E as casas de outrora, "de telhados de xisto, a brilhar como escamas de peixe, naquele mar vegetal". Tudo mudou entretanto. O lugar de infância da escritora alterou o rosto. ...ler menos

A Morgadinha dos Canaviais de Júlio Dinis

A Morgadinha dos Canaviais de Júlio Dinis

Morgadinha e a sua prima Cristina alargam a galeria dinisina de mulheres fortes, femininas e virtuosas, dispostas a contornar as barreiras sociais por amor, como acontece com Madalena em relação a Augusto.
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Está também presente, neste terceiro romance de Júlio Dinis, uma forte componente de crítica social, que visa o fanatismo religioso e o clericalismo hipócrita. ...ler menos

VOLTA A PORTUGAL de Álvaro Domingues

VOLTA A PORTUGAL de Álvaro Domingues

De bicicleta ou de Google Earth, dar voltas em Portugal constitui um modo de (re)conhecimento perfeito para preencher curiosidades ou estranhamentos acerca da exótica geografia da terra dos portugueses.
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Dizem-nos e demonstram-no de maneira variada que tal terra existe mesmo, que tem um certificado de nascimento, um corpo, uma alma, uma identidade. Não tem nem tem de ter. Muito se insistiu no Portugal dos marinheiros, dos fados ou da bola no jardim à beira mar plantado - um território, o nevoeiro dos antepassados, os mitos, o império, a língua, a saudade e a ruína, aquele que os deuses amam e visitam, o bom povo cosmopolita ou burro de trabalho repartido pelo mundo. Pode ser tudo isso e muito mais e mudar no dia a seguir ou perder-se no caminho; pode dar um execrável programa na televisão, um elaboradíssimo ensaio, um solene discurso patriótico ou uma frenética crepitação nas redes socias. Se existe, pode-se-lhe tirar o retrato, variar a pose e os humores do seu território, a sua casa comum. É um caleidoscópio dos cumes do Pico ou da Estrela até aos lodos da ria que é formosa. Não há como congelar tudo numa imagem e as palavras estão cheias de ecos. Não há um fio condutor, um roteiro. Vai-se pela terra fora. Convocam-se palavras de muitas vozes e tempos. Alguma lhe servirá melhor que outras. ...ler menos

Viagens na minha terra de Almeida Garrett

Viagens na minha terra de Almeida Garrett

Em Viagens na Minha Terra, publicado inicialmente em folhetim entre 1845 e 1846, Almeida Garrett descreve a viagem que fez entre Lisboa e Santarém,
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bem como as suas impressões sobre os locais por que passou. No meio destas deambulações, conta a história de Joaninha, a menina dos rouxinóis, de Carlos, que encarna o herói romântico, e de Frei Dinis, entrelaçando a tragédia que liga estas personagens com as suas crónicas de viagem. ...ler menos

Esteiros de Soeiro Pereira Gomes

Esteiros de Soeiro Pereira Gomes

A história de cinco meninos que trabalhavam em vez de ir à escola, é a obra prima de Soeiro Pereira Gomes.
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A miséria retratada em "Esteiros" é mais do que ficção: é a realidade de um país pobre, sem esperança, onde mais de metade da população é analfabeta.
IN. RTP (18/06/2018) ...ler menos

O VERÃO DE 2012 de Paulo Varela Gomes

O VERÃO DE 2012 de Paulo Varela Gomes

Durante o Verão de 2012, um psiquiatra e o seu paciente conversam e trocam correspondência acerca do confronto entre a vida e a morte.
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Para este diálogo são trazidas mais personagens — William Beckford e outros autores setecentistas que escreveram sobre Portugal, a escritora Frances Brooke, Lenine, Curzio Malaparte. Nele intervêm igualmente o céu e a terra, os bichos e as plantas, a história e a situação de Portugal, o corpo humano e a sua degenerescência. À medida que o verão se desvanece no outono e se aproxima o fatídico dia 21 de dezembro de 2012, em que o mundo podia ter acabado, o paciente toma uma decisão cujos efeitos estão à altura da catástrofe que pressente avolumar-se em si e à sua volta. ...ler menos

O cais das merendas de Lídia Jorge

O cais das merendas de Lídia Jorge

«No momento em que Portugal abandonava as últimas ilusões épicas e o mundo nos descobria como paraíso turístico, Lídia Jorge, cronista minuciosa e irónica da metamorfose do nosso secular Cais das Merendas, em vitrina cosmopolita, inventou-nos uma singular epopeia.
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A epopeia virtual, cândida, perversa e cómica - com uma gota de sangue por cima - de quem daqui em diante, habitará a História dos Outros como se fosse nossa.» Eduardo Lourenço
In: Dom Quixote ...ler menos

AÇORES. O SEGREDO DAS ILHAS de João de Melo

AÇORES. O SEGREDO DAS ILHAS de João de Melo

“Creio-o, assim, mais a ponto de ser lido in loco, com o visitante sentado na paisagem, acima do mar mais belo do mundo, nos miradouros situados a meia encosta, no alto de um cone vulcânico ou de um outeiro, onde lhe seja possível ouvir a sonatina das ondas,
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comparar a realidade com a narrativa das viagens que aqui vão descritas, escutar o silêncio da terra e dos pássaros suspensos da vertical de qualquer lugar. O livro pode ser lido antes de se partir à descoberta do desconhecido; ou relido no regresso a casa, depois de visitar as ilhas, com o fim de recuperar emoções e aferir as imagens nele descritas pelas opiniões de cada um. Uma leitura posterior à viagem não deixará de constituir uma forma de sintetizar esta aventura sempre tão extraordinária, como sempre há-de ser a peregrinação pelas nove ilhas dos Açores: um lugar turístico, sim, mas também poético e literário à medida de cada viagem e da sua aventura.”
João de Melo ...ler menos

MAU TEMPO NO CANAL de Vitorino Nemésio

MAU TEMPO NO CANAL de Vitorino Nemésio

“Mau Tempo No Canal” é o romance de Vitorino Nemésio que figurará na história literária portuguesa como um dos mais completos e conseguidos, mas também é aquele que da insularidade dos Açores nos eleva à prisão da ilha de todo o Homem, com os seus universais medos, paixões, entusiasmos e angústias.

VIAGENS AO PÉ DA PORTA de Vitorino Nemésio

VIAGENS AO PÉ DA PORTA de Vitorino Nemésio

Ao dar o título de “Viagens ao Pé da Porta” à compilação das crónicas radiofónicas ou publicadas na imprensa periódica, Nemésio definiu, pela contradição, a natureza desses mesmos textos:
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descrições que são evocações, e que tanto se soltam na dinâmica dispersiva da viagem, como se prendem à soleira da porta do lar doméstico. ...ler menos

Finisterra: paisagem e povoamento de Carlos Oliveira

Finisterra: paisagem e povoamento de Carlos Oliveira

Carlos de Oliveira leva-nos a Finisterra — paisagem e povoamento, para ambientes crus e ásperos.
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Vive-se o passado numa viagem onde a memória é desenraizada e projectada numa ambiência mágica e fantasmagórica, dando-se origem a uma construção temporal e espacial única na literatura portuguesa. O homem regressa à terra natal, à casa natal, reconhece os traços da infância nos objectos, no pó espesso que os cobre, na luz filtrada pela janela, no silêncio da noite. Onde a terra acaba e o eco começa. Onde a paisagem se reconhece nas suas raízes e o povoamento se enche de lembranças.
In: FNAC (18/06/2018) ...ler menos

AS PRAIAS DE PORTUGAL. GUIA DO BANHISTA E DO VIAJANTE de Ramalho Ortigão

AS PRAIAS DE PORTUGAL. GUIA DO BANHISTA E DO VIAJANTE de Ramalho Ortigão

Este é um guia da costa portuguesa, em que Ramalho Ortigão explora as características naturais das praias e suas águas, e fornece preciosa informação social, cultural e histórica.
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A escrita é tão versátil e envolvente que num mesmo capítulo se fala de carapaus e d’ Os Lusíadas, de pianos e mulheres gordas, da toilette e do pinhal, dos piqueniques, das tribos, das casas e dos hotéis. Ainda que o universo balnear de hoje seja muito diferente do de então – feito de toldos brancos, véus enfunados e leques de senhoras (o livro tem a primeira publicação em 1876) –, este é um guia enriquecedor que nos proporciona tudo aquilo que constitui umas férias retemperadoras: a frescura marítima, a observação da paisagem, o descanso e a deambulação, o contacto e conhecimento com habitantes locais, a comida e a diversão mundana. ...ler menos

A BEIRA (NUM RELÂMPAGO) - DUPLO PASSEIO de Teixeira de Pascoaes

A BEIRA (NUM RELÂMPAGO) - DUPLO PASSEIO de Teixeira de Pascoaes

Um longo período separa a publicação de A Beira (num relâmpago), escrito em 1916, e Duplo Passeio, editado em 1942.
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Ambos os livros descrevem um passeio de carro, mas se em A Beira "viajar em auto é correr o mundo, a cavalo num relâmpago", relatando-se a transformação vertiginosa da paisagem e as emoções originadas pela velocidade, em Duplo Passeio "o que se repete banaliza-se", pelo que, como explica António Mega Ferreira na sua introdução a este livro, "vulgarizador, o automóvel não é já o agente de uma perceção nova". A temática futurista de A Beira é substituída, em Duplo Passeio, pela caracterização da paisagem, da Natureza que se impõe ao homem para que este, com a sua arte, a falsifique. Como explica Pascoaes no epílogo de Duplo Passeio, "Que é a arte? Suponhamos que a Lua era o único astro alumiante; e que um poeta se lembrava de imaginar o sol e as cores e as formas que uma paisagem tomaria à sua luz. Resultaria falsa a paisagem? Pois bem: esta falsidade é a da arte". ...ler menos

Abraço de José Luís Peixoto

Abraço de José Luís Peixoto

Abraço apresenta uma selecção de textos escritos por José Luís Peixoto ao longo dos últimos 10 anos. A infância, o Alentejo, o amor, a escrita, a leitura, as viagens, as tatuagens, a vida.
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Através de uma imensa diversidade de temas e registos, José Luís Peixoto escreve sobre si próprio com invulgar desassombro. Esse intimismo, rente à pele, nunca se esquece do leitor, abraçando-o, levando-o por um caminho que passa pela ternura mais pungente, pelo sorriso franco e por aquela sabedoria que se alcança com o tempo e a reflexão. Este é um livro de milagre e de lucidez. Para muitos, a confirmação. Para outros, o acesso ao mundo de um dos autores portugueses mais marcantes das últimas décadas.
In: FNAC (18/06/2018) ...ler menos

LIVRO DE VIAGEM de Fernando Pessoa

LIVRO DE VIAGEM de Fernando Pessoa

Este livro reúne textos de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares, revelando ao leitor uma visão sistemática da viagem na obra pessoana.
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Ilustrada com pintura e fotografia, esta edição cartonada parte de um conceito original, que vem enriquecer as publicações até agora presentes no mercado. ...ler menos

Por ti seguirei… de Jorge Pópulo

Por ti seguirei… de Jorge Pópulo

Romanos e Cartagineses, após um primeiro conflito, trouxeram a disputa pelo Mundo Antigo para a Ibéria. As terras, e as suas gentes, mais a Oeste do Grande Mar Interior [Mediterrâneo] sentiram o peso e o custo da 2ª Guerra Púnica.
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A hora era já tardia. No horizonte, numa repetição que se fizera hábito, a ansiedade propagava-se pelo crepúsculo. Ao inclinar do sol esvaecia por mais um dia a esperança da chegada de notícias. Rubínia, lá bem no topo do promontório que definia o centro do povoado, olhava para a entrada Este, bem demarcada no terceiro e mais exterior pano do sistema amuralhado de pedra ciclópica.
Prolongava a sua vigília por quanto os seus olhos conseguissem atinar com alguma silhueta ao longe, na penumbra. Somavam-se os dias de espera e mais estendida ficava a vigia; regressava a casa cada vez mais tarde para tratar dos afazeres domésticos.
Contudo, aquele entardecer seria diferente dos que se haviam arrastado penosamente pelos últimos e longos ciclos lunares. Rubínia, quase a ponto de deixar a guarida, esticou-se em frente e estrebuchou. Uma nuvem de poeira surgiu quase tão confusa como o próprio escurecer. Teve aquela sensação: “hoje arribam novas!”. Foi como um sussurro de Endovélico a garantir-lhe a chegada de um mensageiro, que ao fundo já subia, a franquear a passagem para a fortificação. Daí, o estranho calcorreou o labirinto de ruelas até ao edifício maior, o lugar de reunião do Conselho que governava Tanábriga.
E por quem tanto ansiava Rubínia?! … Por Tongídio, seu marido. Ausente desde aquela dolorosa despedida, quando partiu integrado na hoste dos guerreiros lusitanos, para engrossar o exército do grande general Aníbal. Porém, a primeira campanha de Aníbal, com o objectivo de atingir Roma pelo continente, galgando Pirenéus, Gália e Alpes, resultou num rotundo fracasso, no decurso do qual desapareceu Tongídio. Conhecida a notícia, Rubínia não se subordinou à fatalidade, desencadeando um desassossego que revolveria terra e céu na demanda do seu marido, e que arrastaria toda a Ibéria. Por ele seguiria… sempre!
A partir deste ponto de ignição, cresce o drama, a acção, e misturaram-se as personagens e os episódios, ampliando exponencialmente os efeitos e os resultados expectáveis inicialmente.
De um amor singular a uma pátria de afectos… só poderia ser (n)a Ibéria! ...ler menos

O mistério da estrada de Sintra de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão

O mistério da estrada de Sintra de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão

Naquele que é justamente considerado o primeiro romance policial português, conta-se a história de um médico que regressa de Sintra acompanhado por um amigo.
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A meio do caminho, ambos são raptados por um grupo de mascarados, que os levam para um prédio isolado onde aparecera um homem morto. A partir daí, os acontecimentos sucedem-se em catadupa. Quem é o morto e quem o matou? E porquê? Quem era a mulher com quem ele se encontrava, e quem são os mascarados que pretendem proteger a sua honra? A história foi publicada no Diário de Notícias entre Julho e Setembro de 1870 sob a forma de cartas anónimas, e foram muitos os que se assustaram com os acontecimentos narrados. Só no final é que Eça de Queirós e Ramalho Ortigão admitiram tratar-se de uma brincadeira e que eram eles os autores das cartas.
In: WOOK (18/06/2018) ...ler menos

A Cidade e as Serras de Eça de Queirós

A Cidade e as Serras de Eça de Queirós

O livro conta a história de Jacinto, um descendente de portugueses que nasce e cresce em Paris. O romance é narrado pelo seu melhor amigo, Zé Fernandes.
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. Jacinto tem uma infância abastada e sortuda no meio da capital francesa onde desenvolve um amor pela civilização e pelo progresso. A cidade, porém, não parece fazer bem para Jacinto. A narrativa tem uma reviravolta quando ele recebe uma carta de Tormes, contando sobre uma tempestade que destruiu a igreja da sua propriedade onde seus antigos parentes estavam enterrados. Jacinto resolve ir às serras para a inauguração da igreja. Após algumas dificuldades na viagem, ele chega a Tormes. ...ler menos

A ilustre casa de Ramires de Eça de  Queirós

A ilustre casa de Ramires de Eça de Queirós

Nesta obra, Eça conta a história de Gonçalo Mendes Ramires, e das suas relações familiares, no seu convívio social, nos seus entusiasmos e nas suas inexplicáveis reações.
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O romance desenrola-se em dois planos que caminham paralelamente. Num,feito de idealismo, projeta-se o tradicionalismo romântico: romance histórico; no outro, com o sentido do realista, perpassa a vida contemporânea da província. É evidente o contraste entre a nobreza dos feitos guerreiros do romance e a mesquinhez, bisbilhotice, da vida da província. O próprio estilo é diferente. ...ler menos

A GRANDE CASA DE ROMARIGÃES de Aquilino Ribeiro

A GRANDE CASA DE ROMARIGÃES de Aquilino Ribeiro

Este romance reproduz a vivência nas terras nortenhas e aproxima o texto ficcional da realidade narrada, numa Beira rural e analfabeta ancorada numa sociedade patriarcal.
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Misturando erudição com a linguagem popular, Aquilino capta esse ambiente arreigado na religiosidade e na crendice e revela o instinto camponês com todas as superstições e todos os subterfúgios associados à obsessão pela propriedade. ...ler menos

O MALHADINHAS de Aquilino Ribeiro

O MALHADINHAS de Aquilino Ribeiro

Inicialmente incluído em Estrada de Santiago (1922), O Malhadinhas acabaria por se tornar numa das mais conhecidas obras de Aquilino Ribeiro quando foi publicado em volume autónomo em 1958 (o autor acrescentar-lhe-ia a novela Mina de Diamantes).
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Em forma de monólogo, a obra conta-nos a história de um almocreve, o Malhadinhas, um serrano rústico, grosseiro e matreiro, que não tem quaisquer problemas em usar a «faquinha» que traz à cintura para corrigir o que entende por injusto. Defendendo-se à navalhada e golpes de pau (e por vezes a tiro) dos inimigos com que se vai deparando ao longo dos caminhos e da vida, O Malhadinhas presenteia-nos com uma série de episódios picarescos, num tom coloquial repleto de expressões idiomáticas, trazendo-nos o retrato de um Portugal esquecido. ...ler menos

A herança do Vazio

O CLAUSTRO DO SILÊNCIO de Luís Rosa

“O Claustro do Silêncio”, romance galardoado por unanimidade com o 'Prémio Vergílio Ferreira', constitui uma verdadeira revelação.
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Luís Rosa é exímio na arte de nos transportar através da História, privilegiando-nos com uma viagem incrível que põe à prova todos os nossos sentidos – mundos que visualizamos com as cores da época, palpáveis e sensíveis, a aspereza dos muros, o perfume orvalhado dos campos, o cheiro apetecível de uma sopa, o fragor das batalhas, os amores juvenis e até os ecos dos claustros de um mosteiro, onde os amantes Pedro e Inês estão reunidos para toda a eternidade. Enfim, uma atmosfera brilhantemente recriada que remonta ao final das Invasões Francesas e à extinção do Império Cisterciense, aqui personificado pelo Mosteiro de Alcobaça. Romance histórico por excelência, “O Claustro do Silêncio”, é uma magnífica obra literária. ...ler menos

URBAN SKETCHERS EM LISBOA - DESENHANDO A CIDADE de Eduardo Salavisa

URBAN SKETCHERS EM LISBOA - DESENHANDO A CIDADE de Eduardo Salavisa

Cerca de duzentas pessoas de mais de vinte países encontraram-se em Lisboa com o único intuito de desenharem e falarem sobre desenho.
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Dezoito espaços no Chiado e zonas envolventes foram objeto da observação e do registo por parte dessas pessoas, que usam regularmente o caderno como suporte para este tipo de desenho. Este livro pretende transmitir a um público vasto, que desenha e/ou que se interessa por desenho, as propostas feitas por desenhadores credenciados e alguns dos resultados que tiveram como cenário zonas históricas e emblemáticas da cidade de Lisboa. ...ler menos

Levantado do chão de José Saramago

Levantado do chão de José Saramago

A transformação social. A contestação. Personagens em diálogos. As cruentas desigualdades sociais.
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. Surgem as perguntas proibidas. Vai-se adquirindo consciência e espaço, para que tudo se levante do chão. Um livro composto por 34 capítulos. No 17.º está a tortura e a morte de Germano Santos Vidigal. Germano, o nome que significa irmão, o homem da lança. Apesar de vencido, o sacrifício da sua vida indica o caminho. «Já o encontraram. Levam-no dois guardas, para onde quer que nos voltemos não se vê outra coisa, levam-no da praça, à saída da porta do setor seis juntam-se mais dois, e agora parece mesmo de propósito, é tudo a subir, como se estivéssemos a ver uma fita sobre a vida de Cristo, lá em cima é o calvário, estes são os centuriões de bota rija e guerreiro suor, levam as lanças engatilhadas, está um calor de sufocar, alto.»
As mulheres são também chamadas à primeira linha das decisões neste belo romance de Saramago. O diálogo monossilábico entre marido e mulher da família Mau-Tempo vai-se alterando. Interessante observar uma narrativa que vai da submissão ao sentido de libertação, através de gerações.
IN: WOOK (18/06/2018) ...ler menos

Viagem a Portugal de José Saramago

Viagem a Portugal de José Saramago

Viagem a Portugal é uma colecção de crónicas de José Saramago publicado em Março de 1981.
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Foi escrito ao longo da sua viagem por todas as regiões de Portugal continental. À medida que vamos descobrindo as localidades portuguesas e o seu encanto, o autor vai-nos transmitindo opiniões e leituras acerca daquilo que encontra (monumentos, paisagens, quadros). ...ler menos

Até amanhã camaradas de Manuel Tiago

Até amanhã camaradas de Manuel Tiago

Viagem a Portugal é uma colecção de crónicas de José Saramago publicado em Março de 1981.A humanidade profunda na austeridade de quem entrega a sua vida à causa da libertação de um povo merece todo o fluir da narração, as reacções de muitas das figuras.
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Se é certo que o campo e os camponeses pobres e explorados, os pinhais de névoa, a desconfiança dos humildes, a bravura dos operários nas suas greves aqui aparecem, o tema central é a vida do Partido, as ligações, as casas de apoio, os contactos e precauções; por fim a prisão, a tortura, a morte. No presente um romance histórico, a diversos títulos: como obra de arte que é; como testemunho de alcance sociológico e político; como exercício moral (não confundir com moralizante, no estrito sentido apologético). Em resumo, um grande livro, inesperado e onde os sentimentos mais fortes e puros do homem encontram a simplicidade e o rigor transparente da expressão.
IN: Edições Avante (18/06/2018) ...ler menos

Novos contos da montanha de Miguel Torga

Novos contos da montanha de Miguel Torga

Esta obra retrata a dureza do mundo rural português recorrendo a uma linguagem simples, mas cuidada.
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Histórias que giram em torno de personagens duras e terrosas que têm como cenário de fundo a paisagem transmontana que ilustram o confronto do homem contra as leis divinas e terrestres que o aprisionam. ...ler menos

AS DUAS ÁGUAS DO MAR de Francisco José Viegas

AS DUAS ÁGUAS DO MAR de Francisco José Viegas

Duas mortes ocorrem simultaneamente em lugares junto ao mar - uma em São Miguel, nos Açores; outra em Finisterra, num promontório do litoral galego.
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O que a princípio parece ser um conjunto de coincidências infelizes acaba por ser um enredo que uma investigação policial sui generis desmonta como uma história de vingança e ressentimento.
Em “As Duas Águas do Mar”, Francisco José Viegas constrói uma narrativa emocionante, em que nos confrontamos com os caminhos da paixão, da melancolia e da morte. ...ler menos