Vale Abraão

Guimarães Editores, 1999
capa do livro

«As suas personagens não eram bonecos vestidos de ideias que em lugar de pensarem os sentimentos eram pensadas por eles, usava nexos afectivos, não racionais, as suas obras não obedeciam a uma ordenação lógico-discursiva, obedeciam a uma tumultuosa ordenação do caos, a inteligência não era apanágio do autor, era uma característica da escrita, no sentido em que as palavras solucionavam a tessitura de acordo com uma implacável lógica interna, não nos conduzia a parte nenhuma, mergulhava-nos em nós mesmos dando-nos a conhecer o nosso caos interior, descodificando-o e mostrando-nos a sua complexa simplicidade (parece um paradoxo mas não é) e construiu uma obra única de catalogação do mundo, uma aprendizagem das luzes e das trevas da qual saímos como quem desperta de um sonho, devorados pela prosa, reduzidos às cinzas de um fogo que nos devolve inteiros a nós mesmos. Aprende-se com ela como as trevas são claras e como tudo é excepcional.»

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