Liberdade para ler

O 25 de abril é uma data emblemática na história de Portugal, marcando o fim de um período sombrio de ditadura e o início de uma era de liberdade e democracia. Conhecida como a Revolução dos Cravos, esta revolta popular, liderada por militares progressistas, pôs fim a quase cinco décadas de regime autoritário, inaugurando uma nova fase na história do país.

Hoje, o 25 de abril é celebrado como um feriado nacional em Portugal, não apenas para relembrar os eventos históricos que levaram à queda da ditadura, mas também para celebrar os valores da liberdade, da democracia e da igualdade. É um momento para refletir sobre as conquistas alcançadas e os desafios que ainda persistem na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Venha descobrir no Piso 0, alguns dos livros que a censura escondeu durante o período da ditadura e que hoje a Biblioteca dá a conhecer para assinalar a data.

Boas leituras!

Para mais informações contacte: agora@fe.up.pt

10 Dias que abalaram o mundo

10 Dias que abalaram o mundo

0 dias que Abalaram o Mundo é o mais apaixonante relato da revolução bolchevique russa de 1917.
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Foi publicado em 1919 e é considerado pelo cânone como um dos melhores escritos para compreender o acontecimento que viria a redefinir todo o século XX. A Revolução de Outubro ditou o fim da monarquia absoluta na Rússia e marcou o início das revoluções do proletariado em todo o mundo. John Reed viu os eventos da revolução como um repórter imparcial, interessado em relatar a verdade dos acontecimentos e em retratar toda a evolução da revolução até à vitória dos Bolcheviques.
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À boca pequena

À boca pequena

Com capa de Cunha Barros e caricatura de Antunes, este livro de contos de Maia Alcoforado (1899-1974) foi considerado “vulgar” pelo Presidente da Comissão de Censura do Porto
ler mais... , já que “se leva um pouco longe as ‘piadas’ pesadas e de mau gosto […] do padre sertanejo. Contudo parece-me que o livro poderia circular se o seu prefácio de 3 páginas não fosse o relato rancoroso, com intuitos políticos nitidamente legíveis das muitas terras por onde andou o autor fugido, em Portugal, à Polícia Política, pela sua atividade relativamente recente contra o Estado Novo. Por informação a esta Comissão prestada pela P.V.D.E. soube-se ter o autor (...) ‘Grande’ Cadastro político naquela polícia”.
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A condição humana

A condição humana

Numa Xangai rendida à violência, quatro homens vivem o fervilhar dos primeiros dias da revolução chinesa de 1927
ler mais... : Kyo Gisors, um dos líderes da luta comunista, idealista e intelectual, a braços com a sua própria crise familiar; Tchen, um terrorista atormentado pelos assassínios perpetrados; Clappique, um boémio francês, traficante de ópio e negociador de armas; e Katov, o revolucionário russo que tranquilamente observa o desenrolar dos acontecimentos até ao momento do seu sacrifício derradeiro. Publicado em 1933, e nesse mesmo ano distinguido com o Prémio Goncourt, A Condição Humana é um documento incontornável de reflexão sobre o indivíduo, sobre o confronto entre ética pessoal e convicção ideológica, sobre traição e morte, sobre amor e liberdade. Uma «duradoura obra-prima da literatura universal», escreve Jorge de Sena, tradutor e prefaciador desta edição portuguesa, depois de cuja leitura «se não é o mesmo».
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Alma Russa

Alma Russa

O romacista polaco-britanico Joseph Conrad teceu uma narrativa sobre espionagem e movimentos revolucionários ainda na Rússia czarista.
ler mais... Contudo, o censor salazarista considerou que se tratava de "um livro de propaganda revolucionária (...) que deve ser proibido porque este e muitos outros livros que pejam o nosso mercado têm o fim inconvenientissimo de alimentarem a mística russa". A editora da tradução portuguesa, a Civilização, protestou.
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Amanhã quando romper o dia

Amanhã quando romper o dia

Aquele fabrico era ordinário. Não levava grude, e as dobradiças das portas eram dois pregos.
ler mais... No entanto, os pequenos móveis obedeciam às delicadas linhas dos catálogos. – Se tem oito escudos de madeira, com mais dois de mão de obra, são dez – disse o comerciante, – Pois é – confirmou o artista, cuja cor de mísero causaria dó a quem tivesse coração de gente.
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Anos Luz : Trinta conversas para celebrar o 25 de Abril

Anos Luz : Trinta conversas para celebrar o 25 de Abril

Trinta conversas que iluminam a extraordinária mudança de Portugal nos últimos quarenta anos
ler mais... — na literatura, nas artes plásticas, na dança, no pensamento, na política, na sociedade. Uma celebração de Abril escrita em honra da memória e com os olhos no futuro.
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As moscas

As moscas

As personagens e o argumento de As Moscas são reconstruções inteligentes da tragédia grega
ler mais... As moscas funcionam aqui como uma espécie de símbolo da angústia que Sartre já havia enunciado nos títulos precedentes. Essa angústia aparece na forma de temor e remorso, desespero e medo. No entanto, um novo elemento entra em cena: a liberdade. A liberdade como condição essencial do homem, incondicionada ou, quando muito, apenas condicionada pela afirmação mais ou menos corajosa do que se é: «estou condenado a não ter outra lei além da minha» – diz Orestes a Júpiter.
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Bloco : teatro, poesia, conto

Bloco : teatro, poesia, conto

Pequena antologia organizada por Luiz Pacheco e Jaime Salazar Sampaio, que contém textos de géneros diversos de autores portugueses
ler mais... muito jovens, que se viriam a revelar em maturidade nas décadas seguintes: José Cardoso Pires, Mário Ruivo, Ferro Rodrigues, Maria Natália Duarte Silva, Matilde Rosa Araújo e os próprios organizadores, Sampaio e Pacheco. O censor não perdoou a façanha: “é altamente inconveniente e deve […] ser mandado apreender com urgência […] A começar pelo aspecto da capa e passando por uma gravura que tem a pág. 59 com uma foice e um punho fechado, o texto é tudo quanto há de inconveniente, pelo seu mau aspecto social […] A ofensiva desta propaganda está à vista...”.
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Cerromaior

Cerromaior

Refere João Gaspar Simões sobre Cerromaior: «Não é novidade para ninguém que tenho defendido como viável um romance lírico português.
ler mais... — na literatura, nas artes plásticas, na dança, no pensamento, na política, na sociedade. Uma celebração de Abril escrita em honra da memória e com os olhos no futuro.
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Comunicação

Comunicação

Este é um texto em que a autora apresenta uma ambiguidade entre poesia e teatro.
ler mais... A PIDE considerou que “o estilo irreverente e por vezes pornográfico da linguagem em frequentes passagens de algumas das quadras” obrigava à “reprovação da peça”, já que a sua “Indispensável sequência” impossibilitava “quaisquer cortes de saneamento”.
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Duas conferências em defesa da paz

Duas conferências em defesa da paz

O activismo político e feminista foi duramente suprimido pelo regime.
ler mais... Esta questão percebe-se pela proibição flagrante de um título historicamente importantíssimo, Congreso Mundial de Mujeres, publicado no Rio de Janeiro (1945), que compilava depoimentos de um conjunto internacional de delegadas num congresso em Paris “contra o fascismo, pela paz, pela democracia e pela defesa dos direitos da mulher”. Em Portugal, Maria Lamas e Teixeira de Pascoaes, ao publicarem Duas Conferências em Defesa da Paz (1950), sofreram também a proibição do seu opúsculo, mas tal não foi suficiente. Maria Lamas foi encarcerada e a editora e organização, a Associação Feminina Portuguesa para a Paz, seria desmantelada pela ditadura.
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Encontro : antologia de autores modernos

Encontro : antologia de autores modernos

Entre inéditos e éditos, este volume recolhe os textos «Maio Moço» (conto inédito de Torga, apresentado por Eugénio de Andrade)
ler mais... , «Urgentemente» e «Mar, Mar e Mar» (poemas inéditos de Eugénio de Andrade), «O Regresso do Filho Pródigo» (André Gide), «Ode a Federico Garcia Lorca» e «Hino e Regresso» (Pablo Neruda traduzido por Eugénio de Andrade), «Notas breves sobre alguns lugares tornados comuns» (Henri Lefebvre), «A linha nodal» (José Fernandes Fafe), «Ilusões e condições da arte engajada» (René Leibowitz), «O canto de mim mesmo» (Walt Whitman apresentado e traduzido por Alexandre Pinheiro Torres), «O dia seguinte» (peça então inédita de Luís Francisco Rebelo) e «Um poema inédito de Federico Garcia Lorca» (com um texto de Eugénio). Cada um dos autores representados é apresentado por uma pequena ficha introdutória assinada ou por algum dos outros ou por escritores e críticos que não constam da recolha. A bela capa foi da autoria do pintor Augusto Gomes, ele próprio da terra - Matosinhos - onde o livro foi impresso.
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Ensaios de Abril

Ensaios de Abril

Para as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinalam em 2024
ler mais... Ensaios de Fernando Rosas que, em tempos de impolítica, assinalam a incontornável natureza matricial da revolução na democracia portuguesa.
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Era uma vez o 25 de Abril

Era uma vez o 25 de Abril

José Fanha viveu o 25 de abril de 1974 com espanto, alegria e felicidade, como muitos outros jovens de então.
ler mais... Com o passar dos anos, percebeu que os jovens de hoje pouco sabem desses dias distantes. Resolveu então contar a história de como era Portugal antes da Revolução dos Cravos, como se desenrolaram os dias do 25 de abril e como surgiu o Movimento das Forças Armadas que o fez acontecer. Não quis fazer um livro de História. Quis antes falar desse período como quem conta uma história fantástica e complexa, heroica e contraditória, mas maravilhosa e verdadeira.
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Esteiros

Esteiros

A realidade dos seus dias que os sujeitavam à dureza do trabalho sempre que o conseguiam arranjar, Gineto, Gaitinhas, Malesso, Maquineta e muitos outros, são os operários-meninos dos telhais à beira dos esteiros do Tejo
ler mais... que, vadiando ou roubando para comer, durante o resto do tempo continuam a sonhar. São os filhos dos homens que nunca foram meninos. É uma obra que conta o que acontece num país pobre, sem esperança e analfabeto como Portugal dos anos 30/40. Esteiros, livro publicado em 1941, é um dos textos que encetou o neo-realismo, sendo Soeiro Pereira Gomes considerado o mais dotado dos pioneiros deste movimento, tornando-se um romance marcante da literatura portuguesa do século XX.
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Estrada Nova : caderno de poemas

Estrada Nova : caderno de poemas

De entre os poetas censurados pela Ditadura, Papiniano Carlos (1918-2012) foi especialmente castigado.
ler mais... Foi preso inúmeras vezes pela PIDE pelas actividades políticas ligadas ao Partido Comunista Português e às viagens clandestinas que fez em sua representação, como ao Congresso Mundial das Forças da Paz, em Moscovo (1973). Três dos seus livros de poemas e contos foram proibidos: Estrada Nova: Caderno de Poemas (1946), As Florestas e os Ventos: Contos e Poemas (1952), Caminhemos Serenos: Poemas (1957). Estrada Nova, com capa exemplar de Júlio Pomar, foi proibido “pela sua índole comunista e pelo seu manifesto derrotismo”.
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Famintos

Famintos

Em Famintos, a pobreza e a exploração que assolam os trabalhadores rurais
ler mais... , que ela tão bem conhecia da infância passada em Miranda do Corvo, é descrita com frequência, revelando-se o conflito entre classes e assumindo-se o programa ideológico que foi o mote do neo-realismo.
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Maria Adelaide

Maria Adelaide

Maria Adelaide" é um romance de amor, onde a paixão devoradora, o cheiro sensual e forte a desejo permanente e gritado
ler mais... , o namoro cortês e “branco” se evidenciam. O eixo deste romance é o nascimento da paixão, a agonia e o fim da relação entre Maria Adelaide, filha do povo, e Ramiro D'Arge, burguês algarvio.
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O 25 de Abril visto do outro lado

O 25 de Abril visto do outro lado

A família do almirante Américo Thomaz não simpatizava com o meu pai, principalmente uma das filhas.
ler mais... E quando vão para a Madeira, depois do 25 de Abril, o ambiente era desagradabilíssimo. Não pela relação do meu pai com o Thomaz e vice-versa, mas porque a filha provocava toda a gente. Nem percebo como é que não aconteceu um incidente mais desagradável, porque a minha irmã não é boa de assoar. Quando depois foram para o Brasil, o meu pai fez questão de regularmente visitar o Thomaz. E ele, segundo o meu pai me contava, recebia-o normalissimamente.
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O Anti-Christo

O Anti-Christo

Nietzsche diagnostica aqui o que ele chama a "enfermidade cristã"
ler mais... - nos seus pressupostos, nas suas práticas, nas suas consequências - como manifestação suprema de um processo de falsificação da vida, que abrange toda a cultura ocidental.
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O manuscrito na garrafa : novela

O manuscrito na garrafa : novela

O escritor cabo-verdiano Daniel Filipe (1925-1964), próximo da poética de testemunho e resistência de Egito Gonçalves e co-organizador dos fascículos Notícias do Bloqueio (1957-1961)
ler mais... , teve a sua obra marcada pelo exílio, pela oposição a Salazar, e pela perseguição pela PIDE, que lhe impossibilitou a concessão de passaporte para frequentar, com bolsa de estudos do Ministério dos Negócios Estrangeiros Italiano, um curso de Verão de língua e cultura italianas em Ponza. No relatório de leitura da novela, o censor rematou: «Trata-se de um livro inconveniente, sob os aspectos político, social e moral». Refere, ainda, mais de vinte páginas com passagens que iriam assinaladas. O livro que se resgatou da Biblioteca da Censura terá sido um exemplar adicional arquivado, já que não possui quaisquer anotações, registo na lombada ou carimbos.
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O sol nascerá um dia : contos

O sol nascerá um dia : contos

Esta segunda edição deste livro de contos de Alexandre Cabral, foi publicada pela Portugália com desenho de capa do artista José Dias Coelho
ler mais... , que viria a ser assassinado em 1961 pela PIDE, numa rua de Alcântara.
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Romances do mar

Romances do mar

O médico e escritor português Bernardo Santareno é recordado pela sua obra dramatúrgica ímpar.
ler mais... No entanto, começou pela poesia, com três títulos hoje quase esquecidos, um dos quais sofreu morte censorial. As preocupações com a dureza do trabalho e as precárias condições de vida dos pescadores exaltou o censor, que à falta de tacto, cortou um poema inteiro, “Romance do Pescador Velho”, ao longo de quatro páginas rasuradas a lápis azul. Ditou: “Versos maus, doentios, irreligiosos, anti-sociais e imorais, numa palavra, deseducativos”. O livro foi autorizado com cortes em 1955 e nunca chegou a ter uma segunda edição.
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Sábado sem Sol : contos

Sábado sem Sol : contos

O “Sábado sem Sol” é a primeira obra de Romeu Correia. Trata-se de um livro de contos, com dez pequenas narrativas
ler mais... , que retratam parte da sua vivência no burgo de Almada. “Ás vezes, de manhã, no largo de Cacilhas, o Ernesto e os companheiros fazem rapina nas camionetas de peixe, vindas de Sesimbra.
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São Jorge dos Ilhéus

São Jorge dos Ilhéus

As terras das plantações do cacau, a sul da Bahia, onde coronéis, fazendeiros, lavradores e mercadores são as personegens principais e a ganância, que gera conflitos, o tema central deste romance.
ler mais... Com a fertilidade do relato ficcional o autor documenta a derrocada das estrturas feudais, substituídas pelo capitalismo interacional. Coronéis e fazendeiros, antigos algozes da violência, e lavradores, transformam-se em vítimas da ganância imperialista. A derrota não é, no entanto, o ponto final, mas o surgimento da consciência política dos oprimidos, porta aberta à reacção contra a exploração estrangeira. Um romance intenso e exuberante, cheio de vida e movimento pelo mais amado escritor brasileiro.
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Sete odes do canto comum

Sete odes do canto comum

Após dois volumes publicados na mesma colecção, o poeta Orlando da Costa dedicou sete odes a várias personalidades que o regime salazarista considerou “inconvenientes”
ler mais... , despertando a atenção censória: “Sete poesias de índole pacifista e comunista, e dedicadas a pessoas que professam ideias comunistas”. A PIDE foi à tipografia e apreendeu a obra. Os Serviços de Censura ficaram sentados e proibiram os três livros do autor. A obra surge na colecção de poesia “Cancioneiro Geral”, publicada pela cooperativa Centro Bibliográfico, à qual, num só dia, a PIDE apreendeu onze volumes, dos quais seis proibiu.
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Tormenta

Tormenta

Orlando Gonçalves (1921-1994) escreveu “Tormenta”, o seu primeiro romance, com 27 anos, onde diz que uma força o impelia «a comunicar, pela escrita, o que observava, o que sentia e o que adivinhava.»
ler mais... O romance acompanha o percurso de vida de Gerardo, revelando acontecimentos, problemas e dificuldades de Portugal e do mundo nos anos 40. O livro foi apreendido pela PIDE e o censor escreveu que «todo este livro reflecte e insinua o ódio que o povo deve votar aos ricos, propondo a luta pela libertação do povo oprimido e escravizado», resumindo-se a ser uma obra «tendenciosa» e fazer «propaganda subversiva e comunisante».
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Uma longa viagem com Álvaro Cunhal

Uma longa viagem com Álvaro Cunhal

A carta enviada a 17 de Dezembro de 2003 a Álvaro Cunhal estendia-se por três páginas.
ler mais... Nelas, estava o pedido para uma entrevista e uma sugestão de trabalho que permitisse efectuar uma longa viagem pela sua vida pessoal, politica e intelectual, a ser publicada por ocasião dos trinta anos da Revolução do 25 de Abril de 1974.A espera por uma resposta virou o ano e continuou por mais alguns meses. Nesse espaço de tempo, as novidades sobre o seu estado de saúde confirmavam que a espera iria ser longa ou até mesmo ultrapassada...
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Viagem (Checoslováquia - U. R. S. S.)

Viagem (Checoslováquia - U. R. S. S.)

Viagem reafirma o compromisso de Graciliano com a justiça social sem negociar sua liberdade literária.
ler mais... Um relato imprescindível de uma época de fortes paixões políticas e ideológicas. A primeira metade do século XX ardeu e fomentou ideais e revoluções. Ao fim da Segunda Guerra, o mundo estava dividido sob a égide do capitalismo ou do socialismo e muito se falou acerca do papel social da arte e de seu compromisso com causas populares. Em 1945, Graciliano Ramos, já considerado um grande escritor, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil, a convite de Luís Carlos Prestes, e viu-se diante do dilema da conciliação entre sua posição política e sua produção literária. Apesar de integrar o "Partidão", Graciliano Ramos resistiu a pôr sua obra à disposição dos dirigismos em voga. Passou a sofrer ataques dos militantes mais aguerridos, que viam em sua integridade intelectual uma resistência isentiva. Em meio a desgastes em sua relação com o partido, os dirigentes convidaram-no para uma viagem para a Checoslováquia e a União Soviética, em 1952. Desejoso de conhecer o país que liderava um movimento global revolucionário, e de desvencilhar o próprio julgamento da condenação distorcida articulada pela imprensa ocidental, o escritor embarcou na viagem que inspirou este livro. O talento narrativo de Graciliano Ramos e sua recusa a transformar a literatura em veículo de propaganda fazem de Viagem um relato autêntico e prazeroso da experiência em terras soviéticas nos primeiros anos de Guerra Fria. Ao fim desta edição, encontram-se as anotações que deram origem ao livro — o último escrito por Ramos e publicado somente um ano depois de sua morte, ocorrida em 1953. A publicação desta edição faz parte das comemorações dos 90 anos da Editora José Olympio, a primeira casa de livros a editar Viagem. Aqui são apresentadas aos leitores e leitoras fotografias raras do velho Graça entre seus companheiros, registradas em terras soviéticas. Tanto as imagens quanto a capa, com ilustração assinada por Cândido Portinari, reproduzem elementos da primeira edição do livro. imprescindível a todas as pessoas que, diante de um mundo polarizado, enxergam a importância de ver por entre os vícios midiáticos e românticos em torno do comunismo.
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Antes do 25 de Abril : era proibido

Antes do 25 de Abril : era proibido

á imaginou viver num país onde: tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?
ler mais... uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido? as enfermeiras estão proibidas de casar? as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos? não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim? Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas: 1.º - Mão na mão: 2$50 2.º - Mão naquilo: 15$00 3.º - Aquilo na mão: 30$00 4.º - Aquilo naquilo: 50$00 5.º - Aquilo atrás daquilo: 100$00 6.º - Parágrafo único - com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado.
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Imagens de uma Revolução - 25 de abril e a banda desenhada

Imagens de uma Revolução - 25 de abril e a banda desenhada

O 25 de Abril de 1974 é uma data fundamental da História de Portugal.
ler mais... Agora que passámos a viver mais tempo em Democracia do que em Ditadura, é importante, não só comemorar Abril, mas lutar contra o esquecimento. A Banda Desenhada, pela forma única como conjuga texto e imagem, foi utilizada de forma intensa para transmitir as mais diversas mensagens, antes e depois da Revolução, revelando-se um meio privilegiado para fixar a nossa História de forma dinâmica e atractiva sem abdicar do rigor. Este livro profusamente ilustrado parte de anteriores trabalhos dos mesmos autores sobre a forma como o 25 foi tratado na BD, para construir uma visão global e actualizada das imagens que perduram da Revolução, por quem a viveu, e por quem ainda não era nascido em 1974. Porque uma revolução que foi desenhada pode ser discutida e reflectida, pode evoluir. Mas dificilmente será esquecida.
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Liberdade da Cultura - Preparar o 25 de Abril

Liberdade da Cultura - Preparar o 25 de Abril

Esta obra aborda uma faceta menos recordada da preparação da democracia portuguesa.
ler mais... Os testemunhos, os relatos e as referências que inclui demonstram que para o compromisso institucional que foi possível consolidar após o 25 de Abril de 1974 foi relevante o empenhamento intelectual e cívico de personalidades que acreditaram na importância crucial da liberdade. Um livro para perceber melhor o tempo que conduziu à democracia.
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Memórias de uma Portuguesa antes e pós 25 de Abril

Memórias de uma Portuguesa antes e pós 25 de Abril

Pela sua formação e educação, baseadas nos seus valores
ler mais... baseadas nos seus valores, este livro tem também como objetivo deixar pistas para as novas gerações saberem e lutarem pela construção e manutenção dos principais pilares da sociedade.
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O 25 de Abril e a Educação
Discursos, práticas e memórias docentes

O 25 de Abril e a Educação Discursos, práticas e memórias docentes

A educação faz-se no tempo longo, mas é o tempo curto que lhe dá sentido.
ler mais... Foi assim em Abril, quando as nossas vidas tomaram conta da história e nela inscreveram anseios, sonhos e utopias. Nesse dia, o tempo encontrou a sua própria liberdade […]. A grande diferença entre os tempos de "antes" e "depois" é que, em Abril, tudo nos pareceu possível, ao alcance da nossa vontade, como se o limite estivesse apenas em nós. Esta característica excepcional, rara, é o sinal de distinção de um tempo único da nossa história […]. Através dos discursos, práticas e memórias docentes, este livro sobre O 25 de Abril e a educação, coordenado por Joaquim Pintassilgo, fala-nos justamente das "possibilidades" que se abriram em Abril. Ao longo de nove capítulos, os seus autores juntam vozes de professores, registos e memórias, utopias e desilusões, devolvendo-nos a riqueza de anos que marcaram, para sempre, o país e as nossas vidas […]. Acordemos. Enquanto ainda for tempo. Não nos deixemos conformar pelas frases do costume: É a vida…, As coisas são como são…, Sempre foi assim… Abril demonstrou-nos que a história não é uma fatalidade, é uma possibilidade. Há sempre muitos caminhos, ainda que por vezes nos pareçam invisíveis. A história serve para os iluminar.
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Participação popular e cidadania na Revolução de 25 de Abril de 1974 : um longo percurso histórico

Participação popular e cidadania na Revolução de 25 de Abril de 1974 : um longo percurso histórico

A Revolução de 25 de Abril e o processo revolucionário (1974-1975) são exemplos de uma experiência única de participação popular, cidadania, solidariedade e o trabalho voluntário, no sentido de transformar a sociedade.
ler mais... Esta dinâmica revolucionária, concretizada na aliança Povo-MFA em defesa da Revolução, fez crescer a vontade consciente, a motivação e o ânimo do povo, dos trabalhadores, de vastas camadas da população, das associações sindicais, dos movimentos cívicos e culturais e tornar possível a conquista de direitos fundamentais, a realização das primeiras eleições por sufrágio universal e a elaboração da Constituição democrática. Mas as conquistas alcançadas não são eternas e a democracia é uma construção contínua, o que exige o cultivo permanente de uma cidadania participativa e empenhada, na defesa da liberdade e no desenvolvimento da sociedade democrática, como se inscreve na Constituição de Abril de 1976. Este é um desafio do nosso tempo.
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Vozes da Revolução : Revisitando o 25 de Abril de 1974 - entrevistas e estudos

Vozes da Revolução : Revisitando o 25 de Abril de 1974 - entrevistas e estudos

Estas entrevistas foram habilmente conduzidas por Paul Manuel em 1991, quando os dias agitados da revolução já tinham passado, mas os acontecimentos ainda eram suficientemente vívidos para serem recordados com algum pormenor.
ler mais... As reflexões de 14 dirigentes militares centrais de diferentes patentes e crenças políticas aqui registadas dão nos uma visão clara da espantosa diversidade existente na instituição militar, do desastre que foi evitado e também dos modos de pensar que foram ora penalizadores ora facilitadores de um final feliz. Estas fascinantes entrevistas, a par dos ensaios que as enquadram, oferecem nos uma imagem vívida de alguns dos homens que em última análise determinaram o destino de Portugal. Deveria ser dado um papel mais proeminente aos atores militares na nossa literatura sobre mudanças de regime, e esta deveria ser objeto de uma leitura alargada.» — Nancy Bermeo, Preâmbulo Com entrevistas a: Amadeu Garcia dos Santos, António de Spínola, Carlos Fabião, Fisher Lopes Pires, Francisco da Costa Gomes, Jaime Neves, José Manuel da Costa Neves, Luís António Casanova Ferreira, Manuel Monge, Mário Tomé, Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Gonçalves, Vasco Lourenço, Vítor Alves
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