“Quem com ele conviveu então, pelos seus 20 anos, podia aperceber-se de uma cultura geral invulgar e uma cultura literária excepcional e actualizada, tanto de língua portuguesa, como francesa ou inglesa, invejável para os mais idosos do seu tempo. (…) Demonstrava nitidamente uma autêntica vocação para a criação literária, com todos os atributos que ela pode encerrar em si: inclinação, tendência, chamamento, predestinação, talento, apesar de ter que estar empenhado nas ciências da engenharia, que não deixaram de influir, tal como se verificou depois, para a sua valorização integral como estudioso e como escritor, dando-lhe uma visão global mais alargada e uma soma de conhecimentos que pôde e soube utilizar e que, de outra forma, lhe seriam mais difíceis de obter. (…) [À semelhança de Ramiro Guedes de Campos, Ruy Cinatti e José Blanc de Portugal, também Jorge de Sena acumulou a engenharia com as letras, o que levou o Engº Lamas a questionar retoricamente:] (…) Desde quando se considerou que um curso de letras tenha a relação necessária com uma carreira de escritor?” (Lamas 1988, 12)
Lamas, João António Ferreira. 1988. “O Sena que eu conheci”. Ingenium: Revista da Ordem dos Engenheiros (Supplement). 17 (February): 2-12.

Sena, Jorge de. 1953. Algumas considerações sobre estatísticas de trânsito. Publicações técnicas. Lisboa: MOP.
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